Depressão na Adolescência (IV) – O Risco de Suicídio

Jovens entre 15 e 19 anos tem o suicídio como a segunda principal causa de morte, perdendo apenas para acidentes, na maioria com automóveis. O índice de suicídio nessa faixa triplicou nos últimos 30 anos, e as estatísticas mostram que 40% de estudantes de 2º grau, em algum momento da vida já pensaram no assunto.

Se qualquer pessoa, jovem ou não, fizer menção à idéia do suicídio não se deve ignorar. Há evidências de que possam estar realmente considerando a possibilidade. Para os especialistas o jovem costuma dar alguns “avisos”, e ajuda profissional deve ser buscada. Os sinais mais comuns são mudanças abruptas de personalidade, aparência, alterações no sono e hábitos alimentares. Como o rendimento cai, a vida escolar e/ou profissional é afetada.

Observou-se que por decorrência de situações traumáticas (fim de relacionamento, perda de emprego, fracasso escolar, brigas com os pais, etc.) o jovem fica mais suscetível ao problema. Especialistas dividem em três os grupos de jovens potencialmente suicidas:

1) os que expressam os sintomas clássicos da depressão;

2) os perfeccionistas que estabelecem metas acima das que são capazes de atingir;

3) garotos cuja depressão aparece em forma agressiva, expondo-se a situações de risco (drogas, confronto com pais, autoridades, etc.). Meninos alcançam mais êxito que meninas na execução fatal.

 

Afagar a Terra

Conhecer os desejos da Terra

Cio da Terra a propícia estação,

E fecundar o chão.

(Milton Nascimento e Chico Buarque, Cio da Terra)

 

Aos 16 anos eu e meu meio-irmão de nove tínhamos brincadeiras sexuais. Passaram-se 15 anos, me casei e ele também. Numa visita ao meu pai com meu marido não percebi nada. Mas nas conversas de WhatsApp relembramos muita coisa. Ele confessou que me evitou por estar sentindo algo por mim e não me vê como irmã. O clima está intenso! Não quero me casar com ele, mas estou louca pra deixar rolar uma relação. Estou muito errada?

Cláudia, 31.

 

É uma situação bem delicada. Na hipótese de estar se abrindo para viver essa paixão do passado, de cara estariam brincando com o sentimento de outras duas pessoas. Um casamento é um compromisso sério quando existe cumplicidade. Do jeito que você está descrevendo a situação está encarando isso como uma aventura, quer sentir o que todos querem, jorrar a vida de dentro de você, ser feliz. Mas e depois? Sua vida continua seu marido, a esposa dele, e os cacos todos pra vocês juntarem.

Sem considerar que ambos acabarão numa situação muito difícil. Na remota hipótese de vocês decidirem por algo sério (coisa que já expressou que não quer), como fariam para desfazerem-se de seus compromissos? Joga tudo pra trás?

Essa é a parte moral, que aliás já aconteceu na intenção. Mas sua decisão implicará muito mais do que você está enxergando agora. O imperativo de seu desejo só pode ser conhecido após sua decisão ser tomada. E é uma decisão desconhecida até para você, talvez seu maior medo.

 

 

 

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