Depressão na Adolescência (I)

As mudanças sociais que sofremos nos últimos 30 anos trouxeram benefícios e preços a pagarmos. Na era industrial estávamos organizados verticalmente, sendo o Pai a referência e norteador do certo ou errado. Essa organização social está franco declínio e surgem novos sintomas. Não se ouvia falar em criança obesa ou depressiva. A criança e o adolescente de 30 anos atrás brincavam, corriam, pulavam o muro pra roubar manga e outras coisas.

Com o advento do computador e a globalização o ser humano passou a se isolar cada vez mais reduzindo sua vida social real. O jovem já nascido no mundo globalizado aprende rapidamente as novas formas de relações humanas, as relações virtuais. Pais ausentes, mundo digital x mundo real, jogos de internet x brincadeiras de rua são componentes de um panorama que se desenha, criando um terreno fértil para a solidão, falta de norte (Pai, Lei), isolamento.

A criança e o adolescente buscam preencher o vazio antes quase exclusivo de adultos, que era expresso em distúrbios alimentares, drogadicção, e mais atualmente pela depressão. São sintomas que já atingem fortemente essa faixa etária.

Para o psicanalista paulista Carlos Genaro Gauto Fernandez (in memorian), ‘a depressão é um desejo de adoecer que cedeu a ideais ilusórios’. Numa sociedade sem ideais, sem norte, a depressão começa a atingir jovens e crianças.

Se fôssemos humildes e tivéssemos melhor formação moral, reverenciaríamos a todos os índios do planeta e pediríamos desculpas por nossa ganância e maneira insensata de pensar. Por favor, como faço para ter ajuda psicológica gratuita? Preciso muito de ajuda!

Anônimo.

Procure se informar nas universidades que tenham o curso de Psicologia. É obrigatório por lei que se ofereça esse serviço gratuitamente, sendo que o atendimento será feito por alunos de último ano de curso. Esse serviço é geralmente supervisionado por profissionais da área clínica da referida universidade, e geralmente ele têm um valor simbólico, até mesmo para a implicação do paciente no seu problema.

Também está garantido por lei o atendimento psicológico pelo SUS e embora não com a mesma frequência que um atendimento particular, é possível o acesso a quem não tem recursos financeiros para um tratamento com o mesmo rigor.

Fora isso acho que será difícil conseguir alguma coisa, ao menos em caráter particular, uma vez que o Código de Ética da profissão proíbe atendimentos gratuitos e/ou com valor simbólico (muito inferior à realidade do mercado profissional da região).

Em todo caso, se não conseguir atendimento poderá obter maiores informações nesses dois pontos: universidade com o curso e/ou Posto de Saúde. Eles poderão lhe indicar onde encontrar ajuda profissional séria.

 

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