Mês da Luta Antimanicomial é comemorado com ação de reinserção social

Roda de conversa aconteceu na praça Santa Cruz

O mês de maio é marcado pela Luta Antimanicomial, um movimento importante para a defesa de tratamentos justos e dignos para pessoas com problemas de saúde mental, que defende a valorização do fator humano e a importância da dignidade.

Em celebração, o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de São Pedro realizou na manhã do último sábado (18), uma atividade terapêutica na praça Santa Cruz, data na qual se comemora o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

Na ocasião, os pacientes participaram de uma roda de conversa sobre ansiedade, com a psicóloga Thayná Baltieri, e outro bate-papo com o biólogo Cristiano Pastor, que abordou o tema “Insônia e tratamento com plantas medicinais”. Também foram distribuídas mudas de plantas e comercializadas lembrancinhas e artesanatos produzidos pelos próprios pacientes.

Segundo a coordenadora do Caps, Ana Castro, tratar os pacientes em área aberta, onde há convívio com a sociedade, ajuda-os na compreensão de que não estão sós na luta contra a ansiedade, depressão e bipolaridade. Além disso, o centro psicossocial também atua na reintegração dessas pessoas no mercado de trabalho.

“Pessoas com deficiência psicossocial apresentam sequelas de transtornos mentais, mas que não as incapacita de trabalhar e ter uma vida produtiva. O tratamento psicossocial não se limita a quatro paredes. Ele vai, também, para fora. Essas pessoas têm que ser reinseridas na sociedade, estar em evidência no convívio pessoal, participar, em todos os âmbitos. Na casa desse paciente, inclusive, a família tem que ter paciência, enfim, em todos os lugares”, disse, antecipando que outras atividades dessa natureza serão promovidas em breve pelo Caps.

Há muitos anos atuando na área da saúde, Ana Castro ressaltou a evolução que o atendimento psicossocial experimentou nos últimos 12 anos. “O Caps foi inaugurado em 2017, no início do segundo mandato do (ex-prefeito), Helinho Zanatta, e o prefeito Thiago Silva deu continuidade a esse trabalho”, acrescentou.

De acordo com a coordenadora, o protocolo federativo do Sistema Único de Saúde (SUS) determina que haja, nos centros de atenção psicossocial dos municípios espalhados pelo país, uma relação per capta de um médico psiquiatra para cada 30 mil habitantes. “Aqui no Caps de São Pedro, município com aproximadamente 38 mil habitantes, contamos com três psiquiatras, ou seja, nossa cidade está à frente de outras muito maiores”, revelou.

O que é um Caps

O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS (Sistema Único de Saúde). É um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência em um dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida.

O objetivo dos Caps é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos.

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