Após uma trajetória de dor, luta e autodescoberta, Denise de Barros Camargo Barbone compartilha sua história no livro que mescla autobiografia e autoajuda: “Só Diz Que Me Ama”. O lançamento será no dia 7 de junho, às 19h30, na Bella Capri, em Piracicaba (SP). O evento é exclusivo para convidados.
Executiva, mãe, esposa, filha e irmã, Denise aborda, em sua primeira publicação, a complexidade das relações familiares e os efeitos de transtornos psíquicos perpetuados ao longo de gerações.
Publicado pela Ibis Libris Editora, o livro surge da necessidade de compreender e expurgar os sentimentos de abandono e raiva que assolaram Denise após a perda de sua mãe, em 2022. “Foram oito meses de completa agonia e desespero”, revela a autora. Diante do caos emocional, Denise encontrou apoio na terapeuta Luciana Ravasio, que a ajudou a descobrir o caminho da cura através do amor.
A partir daí, nasceu a ideia de transformar sua história em um livro, como forma de clarear suas experiências e tentar entender as raízes dos problemas familiares. Ao remontar sua história, Denise descobre padrões de falta de amor e excesso de poder que permeiam sua família há gerações.
A obra traz a história da família de Denise, incluindo seu parentesco com um ex-presidente do Brasil nascido em Itu e que fez sua trajetória política em Piracicaba. Além de outras figuras influentes no âmbito político, como a primeira mulher prefeita do Estado de São Paulo e deputada estadual com mais de 200 mil votos, cassada por Getúlio Vargas.
O livro também aborda, de maneira franca e corajosa, a presença do narcisismo, especialmente entre as mulheres de sua família. Para Denise, o fato de as mulheres de sua família terem que assumir responsabilidades muito grandes, pois os homens morriam muito cedo, acabavam se fechando e desenvolvendo características narcisistas.
Nestes aspectos psicológicos, o livro traz a colaboração e comentários da psicóloga Luciana Ravasio. Ela explica que no transtorno de personalidade narcisista a pessoa se sente realmente superior as outras, merecedora do melhor para si, é egoísta e precisa ser o centro das atenções. Outro traço bastante forte também é a ausência do processo empático.
A consequência desse padrão de comportamento narcisista nas mulheres da família, em Denise, foi o desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), caracterizado por pessoas que fazem tudo por amor. “São socialmente inteligentes e divertidas e fazem de tudo para agradar os outros. São intensos demais, explosivos demais, praticamente só emoção e quase zero razão”, explica Luciana.
“Quero alertar e ajudar quem está passando por algo parecido”, diz Denise. “Por quase trinta anos não entendi por que minha mãe tinha me abandonado, por que ela não gostava de mim. Só fui entender com a terapia, com o livro, que ela estava repetindo um padrão.”
Ao compartilhar sua jornada de autoconhecimento, Denise espera que os leitores encontrem conforto e inspiração para buscar ajuda e iniciar seu próprio processo de cura. “Não sei se é um livro triste, mas é um relato verdadeiro”, conclui a autora.