Os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que o desmatamento no bioma Amazônia durante a temporada 2022/2023 foi o menor dos últimos cinco anos, registrando uma área desmatada de 9.064 km². Isso representa uma redução de 46,5% em comparação com o período anterior (temporada 2021/2022), indicando uma tendência positiva na preservação dessa importante região florestal do país.
Segundo Ana Clis Ferreira, porta-voz da frente de Florestas do Greenpeace Brasil, essa queda no desmatamento reflete uma retomada de políticas ambientais de fiscalização e controle no ano anterior. No entanto, ela alerta para a paralisação dessas políticas durante a maior parte de 2024 devido às condições de trabalho dos servidores do Ibama e ICMBio.
Por outro lado, o desmatamento no Cerrado, no mesmo período, atingiu o maior patamar em sete anos. Os dados revelam que quase metade do desmatamento no Cerrado está concentrada em apenas dois estados: Maranhão (26%) e Tocantins (20%). O MATOPIBA, região que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, apresentou 75% da taxa de desmatamento no bioma.
Ferreira ressalta a necessidade de implementação de políticas ambientais eficazes no Cerrado e o fortalecimento da fiscalização na região para conter o crescimento do desmatamento.
Enquanto isso, dados do sistema Deter do Inpe indicam uma queda no desmatamento na Amazônia em abril, pelo quarto mês consecutivo. No entanto, Ferreira adverte que o período mais crítico para o desmatamento na região está próximo, conhecido como “verão amazônico”, quando são esperadas taxas de crescimento do desmatamento devido à maior seca na região.
A necessidade de medidas urgentes para conter o desmatamento na Amazônia e no Cerrado é destacada, ressaltando a importância da preservação desses biomas para o equilíbrio ambiental e a biodiversidade.