Salvem Piracicaba da “máquina ceifadora de vida”

Macau Ranzani

Quando almejamos Vida mais saudável, nos esquecemos do quanto poluímos a Natureza, priorizando o concreto e o asfalto. Ainda bem que o mundo ‘acordou’ para pautas ambientais e cada vez mais pessoas e governos se conscientizam da necessidade de adotarem práticas mais sustentáveis! Mas essa sustentabilidade (meios para suprir necessidades do presente, sem afetar as gerações futuras) se efetiva a nível municipal, onde priorizar o Meio Ambiente significa mais qualidade de vida: da terra, da água e do ar que se respira. Ora, mas ‘quando’ a ação de um governo desmerece esse esforço e ‘se’ fere o meio ambiente urbano em que vivemos (como o atual projeto de duplicação da Alidor Pecorari), creio que cada cidadão, com sua experiência e vivência coletiva, deveria se posicionar sobre o que está sendo priorizado nessa obra! Cá estou eu… e falo com a propriedade de ter sido responsável pela implantação de todos os parques, praças, rotatórias e avenidas da cidade na administração João Herrmann Neto, e de evitar a destruição da Rua do Porto pela Av. Beira Rio (com seu consequente tombamento histórico), ao barrar o antigo projeto do Kartódromo no local. Com base nisso, considero inaceitável a opção por um pseudobenefício poluente, que irá colocar ‘os carros na frente dos 407.252 bois’, trazendo mais asfalto a seu ‘pasto de lazer’. Senão vejamos: “Os carros particulares são responsáveis por 72,6% dos gases do efeito estufa e carregam só 30% dos passageiros”, segundo o Inventário de Emissões Atmosféricas, gases tóxicos, que afetam a vida nas cidades: CO, CO2, O3, NOx, NO2, HC, SOx e MP; “Veículos contribuem com mais de 70% do material que forma o ozônio na atmosfera das cidades” diz o IAG (Inst. de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP: ‘O ozônio, nocivo à saúde e ao meio ambiente, é gerado pela radiação solar sobre óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos que os carros liberam’; “Cada Estado e cada Município deve indicar ações para diminuição da poluição automotiva” o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) diante da poluição nas cidades, estabeleceu o PCPV-2009 (Plano de Controle da Poluição Veicular); “Atividades públicas ou privadas, só podem ser exercidas em consonância com a qualidade de vida ambiental” a PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente) determina a Estados e Municípios ‘o zoneamento das atividades poluidoras’; “Quanto maior a circulação de veículos, maior a poluição sonora” segundo a ONU: com 55 dB (decibéis) de barulho já sentimos estresse e dores de cabeça – com maior trânsito, os índices chegam a 96 dB; “A poluição causada pelos automóveis na cidade aumenta o risco de morte” segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), devido a problemas cardiopulmonares. Apesar disso, podemos sim almejar um futuro com menos poluição, pois a Constituição impõe ao poder público …‘a defesa do meio ambiente na

preservação de áreas representativas’… como nosso Parque e Rua do Porto.

Logo, meus queridos, gritem comigo: “Eu quero ver a Alidor Pecorari sumir do mapa”,

dando lugar ao ‘Parque Alidor Pecorari’, contíguo a esse ambiente ecológico-cultural da nossa História, com dois amplos bolsões de estacionamento em suas pontas e, em todo seu trajeto, muito mais lazer… afinal, o ponto turístico mais importante

 

da cidade, nosso ‘cartão de visitas’, deve ter a nossa cara e ser ocupado pela nossa gente, desfrutando seu espaço até o rio Piracicaba!

Agora, com sua permissão, senhor Prefeito, ‘con il tuo permisso’: Queria ser uma guarda-florestal para multá-lo por andar na contramão da Vida-Natureza… queria ser uma bruxa para transformá-lo numa Vida-Árvore e ver o que sentiria, quando a motosserra chegasse ao seu calcanhar… mas, com o perdão das brincadeiras, pare e pense, troque sua ‘máquina ceifadora de vida’ pela Vida de sua gente! Gente que pode ajudá-lo com ideias novas e brilhantes para o entorno da Rua do Porto. Por favor, coloque em segundo plano o automóvel para dar lugar ao povo, num novo projeto que, sim, poderá ser mais dispendioso se a condição urbanística, de trânsito local exigir ‘elevados’, mas certamente entrará para a História de Piracicaba em harmonia com o futuro de todos nós.

O parque é nosso… pra fora a poluição automotiva! Salvem o Parque, salvem a Rua do Porto.

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Macau Ranzani foi primeira-dama de Piracicaba

 

 

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