Já falei do temor à castração na constituição do corpo masculino. Tal temor o perseguirá por toda a vida promovendo ações defensivas ou de contra-ataque ao recalque com sintomas que caracterizam a obsessão. Nos filmes ‘Melhor Impossível’ e ‘Uma Linda Mulher’ vê-se claramente como se dá o encontro com o outro sexo.
Lacan diz que ‘a mulher é a melhor analista quando não é louca’. De fato, põe em xeque e derruba as certezas do obsessivo (muito frequente nos homens) com seu jeito enigmático de ser.
A mulher não se marca pela identificação. Não se podem agregar as mulheres em um grupo e se referir a elas. Isso levou Lacan ao aforismo ‘a mulher não existe’. O coletivo é possível aos homens, e isso faz muita diferença para a construção da representação do corpo fálico nos dois gêneros.
Na histeria – predominantemente feminina – a tentativa de recuperar ou reparar essa perda (recalque) muitas vezes se dá pela demanda de amor. Freud (1933) já havia dito que essa demanda na mulher é muito maior quando comparada ao homem. Embora a sociedade tenha sofrido profundas mudanças, isso ainda é muito evidente na mulher que ocupa a posição de objeto de desejo do outro. E muitas vezes tal demanda se expressa projetivamente, como acontece quando a mulher dirige e demanda de seu cônjuge a mesma carga de afeto que deseja receber. Amamos, pois desejamos ser amados.
Quase todas as florestas viraram campos e desertos, então, vamos transformar as cidades em florestas. Adote uma árvore! Num canto de jardim ou mesmo na calçada da rua há sempre espaço para uma. É significativamente superior uma rua arborizada a outra apinhada de fios elétricos.
Tenho desânimo desde criança. Já procurei vários Psicólogos e Psiquiatras e nem antidepressivos resolvem. Sempre saio do serviço desanimado sem vontade para nada. Saio com amigos para não ficar em casa, mas não me animo. Ouvi falar de estimulantes. Aguardo ser chamado há dois anos para terapia numa clínica-universidade.
César, 25.
É claro que sair com amigos é sempre algo positivo, mas não o suficiente. A solução para seu desânimo só se encontra em você mesmo. Se nem profissionais diversos, nem medicamentos surtiram o efeito esperado, que parceria estabelece com seu sintoma? Que ganhos secundários mantendo a posição ‘vítima’ da vida? Há muitas perguntas para serem pensadas que levantam possibilidades.Com 25, anos e desde criança se sentindo desanimado, se estruturou de forma a se relacionar assim com o mundo. É, talvez, seu modus operandi, talvez nem saiba como viver sem sentir-se desanimado. Já pensou? Passar tantos anos vivendo desanimado o que não representaria lhe arrancar isso, a despeito de uma suposta queixa? Provavelmente enfrentaria uma enorme angústia.É importante lembrar que certos distúrbios apresentam comorbidades (depressão com distimia, p. ex.). As causas muitas vezes não necessitam serem conhecidas para se alcançar melhoras. Quanto aos estimulantes só se prescritos por médico.
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