Quem não se comunica, se limita

Bruna Togni

No campo vibrante da comunicação, ecoa o alerta do saudoso Chacrinha: “Quem não se comunica, se trumbica! ”. Este mantra não é apenas um toque de nostalgia, mas um apito inicial em uma partida decisiva onde o jogo é o entendimento humano. No estádio da vida, a comunicação é a bola que todos querem dominar, mas nem todos sabem chutar direito.

Numa esquina qualquer da existência, as imagens sussurram segredos mais profundos que longos discursos. Aquele olhar oblíquo do seu pai, remetendo aos tempos de infância, era um cartão vermelho sem palavras. E a convocação de sua mãe, pelo nome completo, soava como o apito final de um jogo perdido. As músicas que nos fazem chorar são como hinos nacionais de nossas emoções, invocando memórias com a força de uma torcida apaixonada. E aquele perfume, não é apenas uma fragrância, mas uma presença anunciada, um ídolo entrando em campo.

Comunicação eficaz vai além do mero ato de falar; é sobre criar conexões significativas e compartilhar experiências. Tentar descrever o sabor do doce a quem nunca provou é como tentar ensinar as regras do futebol a quem nunca viu uma bola. Cada um de nós é um universo de arquivos vivos, repletos de experiências e sabores pessoais. Eu posso dizer brigadeiro, mas você pode ouvir mousse. Estamos no mesmo campo, mas jogando partidas diferentes.

A forma como misturamos nossos ingredientes verbais, com a pitada certa de emoções, determina se faremos um gol de placa ou chutaremos para fora. É crucial entender que o jogo da comunicação não é solo; é um esporte coletivo onde o entendimento mútuo é o troféu.

Antes de criticar o passe errado do outro, vale a pena questionar: será que estou jogando claro? Será que não é hora de treinar mais minha habilidade de ser compreendido? Às vezes, um simples “O que você entendeu?” Pode evitar tantas faltas desnecessárias.

A habilidade de combinar palavras e emoções adequadamente pode definir o sucesso ou o fracasso em nossa tentativa de marcar pontos na comunicação. Na era digital, onde o campo de jogo é virtual e as partidas são rápidas, que tal nos dedicarmos a entender as regras, aprimorar nossas habilidades e jogar um jogo mais inclusivo e compreensível? Afinal, na grande partida da comunicação, quem não se comunica, certamente se limita.

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Bruna Togni, jornalista, especialista em Marketing de Conteúdo e Comunicação Política

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