É fundamental reconhecer os sinais da disfagia e realizar acompanhamento com equipe multiprofissional; profissional é do Santa Casa Saúde de Piracicaba
A disfagia é muito mais do que a dificuldade em engolir alimentos ou líquidos; é um sintoma que pode indicar uma série de condições subjacentes e que requer um cuidado especializado. No Dia Nacional de Atenção à Disfagia, 20 de março, a fonoaudióloga Flávia Araújo Santos, do plano Santa Casa Saúde de Piracicaba, ressalta a importância de compreender a disfagia como um sintoma, não uma doença em si.
“O ato de engolir, depende do bom funcionamento de diversas estruturas, que vão desde a boca até a ligação com o estômago, quando temos uma alteração em uma das estruturas envolvidas neste processo pode desencadear a disfagia, ou seja, a dificuldade de engolir alimentos e até mesmo saliva. A Disfagia pode causar obstrução parcial ou total das vias respiratórias, o que representa riscos sérios à saúde, incluindo desidratação e desnutrição, podendo até levar à asfixia”, alerta a fonoaudióloga.
De acordo com ela, é muito importante saber reconhecer os sinais da disfagia, que incluem dificuldade em mastigar e manter o alimento na boca, tempo prolongado para engolir, necessidade de engolir várias vezes para o alimento descer, restos de comida na boca após engolir, dor ao engolir, sensação de alimento parado na garganta, escape de alimento pelo nariz, mudanças na voz após engolir, tosse constante durante a alimentação, engasgos frequentes, perda de peso, pneumonias recorrentes e falta de interesse na alimentação.
“Os grupos mais vulneráveis à disfagia incluem crianças com condições como prematuridade, má formação do sistema digestivo, fissura labiopalatina e síndromes neurológicas, e adultos com doenças neurológicas como AVC (acidente vascular cerebral), esclerose lateral amiotrófica, doença de parkinson, e idosos devido ao envelhecimento natural das estruturas envolvidas na deglutição”, explica Flávia.
O diagnóstico e tratamento segundo ela. é realizado por profissionais especializados, fonoaudiólogos, médicos e nutricionista, podendo ser complementado por exames objetivos da deglutição, como videofluoroscopia ou videoendoscopia. “O tratamento da disfagia requer uma abordagem multidisciplinar, com o fonoaudiólogo desempenhando um papel fundamental no diagnóstico e intervenção. Dicas simples podem ajudar, como alimentar-se em posição confortável, evitar distrações durante as refeições e nunca oferecer água a alguém que está engasgando sem estar devidamente treinado para realizar primeiros socorros”, enfatiza.
Flávia alerta sobre a importância de estar atento aos sinais de disfagia e buscar ajuda profissional ao menor sinal de problema na deglutição. “A disfagia pode ser tratada e gerenciada com sucesso em muitos casos, mas a cura depende da causa subjacente da condição. O diagnóstico precoce e a intervenção adequada por parte de uma equipe multiprofissional são fundamentais para o gerenciamento eficaz da disfagia”, finaliza.