Mindfulness – Palestra detalha a técnica para controle de ansiedade e stress

Carla Renata Venezian é psicóloga clínica e do trabalho há 23 anos

Palestra ministrada nesta terça (20) pela psicóloga Carla Venezian, na Escola do Legislativo, apresenta técnica para auxiliar na melhoria da estabilidade emocional

 

 

A construção e o fortalecimento de estratégias voltadas ao controle da ansiedade e do estresse e à busca por uma vida mais plena foram abordados na palestra “Vivência em Mindfulness – práticas de atenção plena para aliviar o stress do dia a dia”, ministrada na tarde desta terça-feira (20) por Carla Renata Venezian, psicóloga clínica e do trabalho. O evento foi promovido pela Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba, no formato on-line, e marca o início das atividades deste ano.

“Vamos abrir com chave de ouro o ano da Escola do Legislativo, que tem esse papel de participação popular, de construção de políticas públicas e da cidadania. Falar de comportamento, com certeza, auxilia nessa construção”, disse o vereador Pedro Kawai (PSDB), diretor da Escola, na abertura do evento.

Mindfulness – De acordo com Carla Venezian, o termo inglês “mindfulness” deve ser entendido como “atenção plena”, e é uma prática baseada em técnicas de meditação budista que vêm sendo adaptadas a diversos contextos.

“A atenção plena consiste em prestar atenção deliberada no momento presente, sem julgamento. Essa prática envolve estar consciente das sensações físicas, das emoções, dos pensamentos e do ambiente ao redor”, explica a psicóloga.

Apesar de os objetivos da prática serem arrojados – como a estruturação de uma maior estabilidade emocional, a diminuição da ansiedade, do estresse, e o cultivo da compaixão -,  a atenção plena pode ser praticada com o auxílio de ferramentas simples, como a respiração e a auto-observação.

“A auto-observação é a base. Quando falamos do estresse e da ansiedade do dia a dia, não conseguimos viver sem eles, mas temos que aprender a administrá-los. E com essas técnicas nós conseguimos um pouquinho. Cada um dentro do seu limite, de forma a colocar isso no seu dia a dia de uma maneira que não seja sofrida e difícil de fazer”, explica Carla.

Estereótipos – A prática da meditação – diferentemente dos estereótipos muitas vezes a ela associados, frisa a psicóloga -, não é essencialmente ligada a misticismos e nem deve ser confundida com práticas de relaxamento.

De acordo com ela, o mindfulness, apesar de possuir raízes em antigas práticas meditativas budistas, teve suas técnicas popularizadas pelo Dr. Jon Kabat-Zinn, em 1979, quando o pesquisador fundou a Clínica de Redução do Estresse no Centro Médico da Universidade de Massachusetts, onde desenvolveu o programa de Redução do Estresse Baseado em Mindfulnesses, cujas técnicas atualmente são praticadas por milhões de pessoas e cientificamente estudadas, com resultados que apontam para significativos benefícios na melhoria do bem-estar e na saúde emocional de seus praticantes.

O mindfulness, de acordo com Carla, pode fazer parte da rotina de qualquer um e consiste em práticas de atenção plena com foco na respiração, nas sensações corporais, nos pensamentos e nas emoções.

Para a prática do mindfulness é indicada a adoção de uma postura corporal correta, que consiste em ficar sentado com os pés paralelos e as mãos preferencialmente apoiadas nos joelhos. Os olhos podem estar fechados. “A postura da atenção plena deve ser consciente, você deve estar relaxado mas não a ponto de ficar com sono. Deve ser confortável”, explica a especialista.

Na primeira prática, deve-se focar a atenção para o ar entrando pelas narinas e saindo pela boca, observando a respiração sem, no entanto, buscar modificá-la. “A sua respiração é a sua âncora, e você pode praticar onde você estiver”.

Na segunda prática o foco é direcionado às sensações físicas corporais, “trazendo a consciência para as diferentes partes do corpo e as sensações que emanam delas”, cultivando uma maior conexão com a mente.

Já na terceira prática, na atenção plena aos pensamentos, o objetivo é observá-los à medida em que eles surgem, como eventos mentais temporários, sem julgamentos. Busca-se, assim, “sair do automático”, ou seja, desenvolver a capacidade de observar os pensamentos com um certo distanciamento, sem apegos ou aversões a eles.

Há ainda a prática da atenção plena com foco nas emoções, que assim como na prática focada nos pensamentos, consiste em observar e reconhecer as emoções “sem ser por elas dominado”, sem necessariamente a elas reagir.

Uma prática consistente, reforça a especialista, pode ser a chave para auxiliar muitas pessoas que buscam uma maior estabilidade emocional: “Não é que nós vamos viver em um ‘mundo cor de rosa’, maravilhoso. Mas, assim, como descobriram que a prática de atividades físicas e a boa alimentação são importantes, exercitar a nossa mente também é, faz parte da nossa saúde”, reforça Carla Renata Venezian.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima