A Operação Verão

Dirceu Cardoso Gonçalves

O governador Tarcisio de Freitas (Republicanos) disse na quinta-feira, em Santos, onde reuniu-se com o secretário da Segurança Pública, Capitão  Guilherme Derrite e os Comandos das Polícias Civil e Militar – transferidos temporariamente para aquela cidade – que, com a Operação Verão, o Estado está “sufocando o crime organizado” com o objetivo de “devolver à população” aquela importante região do território paulista onde os criminosos se instalaram, entre outras coisas pela possibilidade de traficar drogas em esquemas paralelos que operam junto ou próximo ao porto.
“Procuramos combater a logística, impedindo que ela funcione, e prendendo os ‘cabeças’ [líderes] da organização” – afirmou Tarcisio, lembrando que além dos traficantes em si, dias atrás foi levada às grades a responsavel pela lavagem de dinheiro do tráfico na região. Destacou também que as forças de segurança tem empregado grande aparato de inteligência para ter precisão nas abordagens.
Tarcisio disse que o confronto entre policiais e criminosos não é o desejável, mas lembra que a polícia não pode ser atacada e quando isso ocorre, tem de agir. “Nossa polícia terá uma postura dura, e tem o respaldo do Estado, embora se tente evitar ao máximo (os confrontos).
A presença do governador – comandante-em-chefe – das tropas em operação, é um importante apoio aos policiais que ali atuam com o sacrifício até da própria vida – três morreram recentemente – e é vista como o apoio do chefe aos trabalhos em execução que, em análise mais precisa, são ordens de governo e imperativos constitucionais.  Em resumo: a decisão de sufocar os esquemas criminosos é do governo e tem por base as obrigações da força policial previstas na Constituição.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública, 22 criminosos perderam a vida ao reagir em confrontos às abordagens policiais. Um quadro difícil de se evitar na medida em que, fortemente armados, tais indivíduos atacam os policiais que, se não responderem à altura, perdem a própria vida. Há também os casos dos agentes que, em patrulhamento, são alvejados à distância, o que justifica a reação da instituição, em nome próprio e do Estado, a quem representa. Vale lembrar que muitos dos criminosos reagem à abordagem e possível detenção porque já são condenados a penas extensas e não querem voltar a cumpri-las; outros, indispostos com o comando das facções de que são membros, evitam voltar à prisão com o temor de lá serem eliminados por desobediência ou problema equivalente.
A polícia de Uberlândia (MG) prendeu, na tarde de terça-feira (14), Kaike Coutinho do Nascimento, que estava foragido naquela cidade, que matou , no último dia 2, em Santos, o soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota. O assassino já foi removido para o território paulista e as autoridades continuam investigando o crime em busca da identificação de outros possiveis envolvidos.
A Operação Verão prossegue em busca da desarticulação dos esquemas criminosos que operam na Baixada Santista. A determinação e o apoio do governador Tarcisio é um importante componente nesse quadro de recuperação das vastas áreas onde a população vive amedrontada pela ação dos criminosos. Espera-se que outros Estados também adotem o enfrentamento aos criminosos e libertem seus habitantes do julgo das quadrilhas. E que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, hoje sob a direção do ministro Ricardo Lewandowski, desenvolva políticas de apoio aos Estados e sua polícias para, com elas, devolver a liberdade aos cidadãos. E que os parlamentares federais (senadores e deputados) se interessem pelo problema e busquem reparar as leis penais que, os seus demagogos antecessores das últimas décadas enfrequeceram e ensejaram a expansão do crime organizado. Que o trabalho realizado hoje em São Paulo, Minas e em outros Estados parceiros na Segurança, frutifique e sirva de parâmetro para salvar a Segurança Pública de todo o País…
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Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves, dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo); e-mail: [email protected]

 

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