As revelações divinas

Alvaro Vargas

As revelações divinas sempre ocorreram durante a evolução da Humanidade. Entretanto, a resistência em aceitá-las, está relacionada com o nosso nível evolutivo. Por isso, a Divindade dosa essas informações, expondo apenas o suficiente para assimilarmos conforme o nosso estágio intelecto-moral. Há 3.500 anos, Moisés anunciou o Decálogo, a primeira grande revelação espiritual. Contudo, para a sua aceitação, utilizou-se da mediunidade de efeitos físicos para impressionar os hebreus, demovendo o politeísmo e implementando o monoteísmo. Isto foi necessário, uma vez que estes se encontravam em regime de servidão, preocupados apenas em atender as suas necessidades básicas como a alimentação e a procriação. Posteriormente, Jesus de Nazaré trouxe a Boa Nova, a segunda grande revelação. Os judeus, embora mais esclarecidos do que os antigos hebreus, não o aceitaram à exceção dos essênios. O Mestre, à semelhança de Moisés, habilmente utilizou-se de sua mediunidade, para ser identificado como Messias, realizando curas e outros prodígios. Ainda assim, foi crucificado pelos romanos, através de um processo ardiloso promovido pelos rabinos do templo de Jerusalém.

Evidentemente, os judeus não aproveitaram eficientemente o período de quinze séculos entre às duas revelações. Eles esperavam um Messias que subjugasse os romanos, libertando-os do seu jugo. Entretanto, o Mestre Nazareno veio para libertar as almas das suas imperfeições morais. Apenas aqueles moralmente mais evoluídos, conseguiram reconhecê-lo. Jesus cumpriu com êxito a sua missão, sendo o Cristianismo, atualmente, a principal religião professada na Terra. Mas foram necessários vários séculos para isto acontecer, a custo de muitas perseguições. Embora o Cristianismo tenha se consolidado como a religião do império romano, foi uma conquista parcial, pois, ao se mesclar com o politeísmo romano, perdeu a essência da mensagem de Jesus. Todas as tentativas do Mestre Nazareno em corrigir os desvios da Igreja Apostólica Romana, enviando os seus mensageiros, que reencarnaram de tempos em tempos, redundaram em resultados pífios, resultando numa crença fanática e dogmática. Foi necessário aguardar 18 séculos para que a evolução, intelectual e moral da Humanidade permitisse o regresso de Jesus como o Espírito Verdade, expondo a Terceira Revelação, o Espiritismo (Verdadeiro Cristianismo). Da mesma forma que ocorrera nas duas primeiras grandes revelações, esta doutrina surgiu chamando a atenção da sociedade através de efeitos físicos, com os Espíritos fazendo ruídos para se comunicarem. Uma vez estabelecida, surgiram os médiuns que realizaram curas, mostrando aos incrédulos a ação dos bons Espíritos. Contudo, a doutrina espírita não veio apenas para atenuar o sofrimento físico dos homens, mas contribuir na sua transformação moral com os seus ensinamentos.

Da mesma forma que Moisés e Jesus enfrentaram grande resistência para implementar as suas novas ideias, Allan Kardec previu as lutas necessárias para implantar um novo paradigma (Revista Espírita 1, setembro de 1858, Propagação do Espiritismo). Ele estabeleceu quatro períodos, respetivamente: o da curiosidade (os Espíritos despertaram a atenção da sociedade); o da observação, no qual o Espiritismo se constituiu como uma doutrina; o da admissão, no qual essa doutrina se tornou uma crença universalmente reconhecida e finalmente, o período da Influência dessas ideais, estabelecendo um novo caminho moral. De acordo com o Espírito Bezerra de Menezes (FRANCO, D. P. Mensagem Psicofônica no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em 13.11.2005, em Brasília/DF), “vivemos o momento da renovação social prevista pelo emérito Codificador, como sendo a etapa última que o Espiritismo vivenciaria na Terra, inaugurando o Mundo de Regeneração”.

 

 

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita

 

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