Alvaro Vargas
A morte física não modifica o caráter do indivíduo, e regressamos à pátria espiritual com as nossas virtudes e iniquidades. Aqueles que tiveram uma existência pautada na dignidade, conforme os padrões morais de sua época, são alçados aos planos espirituais superiores, dando continuidade ao seu processo evolutivo intelecto-moral. Contudo, os que escolheram o caminho da criminalidade, são atraídos para as zonas inferiores na erraticidade, permanecendo até que decidam seguir o caminho do bem. Entretanto, independentemente dos débitos adquiridos, todos tem a oportunidade de se redimir através da reencarnação. Isto ocorreu com um grande líder espiritual trevoso, Gregório, comandante das forças do mal, que reencontrou Jesus, graças aos esforços sacrificiais e renúncias imensas de Matilde, que na Terra fora a sua genitora (XAVIER, F. C. Libertação, cap. 20, Pelo Espírito André Luiz).
O Espírito Manoel P. Miranda (FRANCO, D. P. Trilhas da Libertação, cap. Os gênios das trevas), define estes “gênios das trevas” como Espíritos que se extraviaram em diversas reencarnações, assumindo altíssimas responsabilidades negativas para eles mesmos. Na sua maioria, são provenientes de doutrinas religiosas, cujos nomes denegriram com as suas condutas relapsas, atividades escusas, nas quais o luxo e os prazeres tinham primazia em detrimento dos rebanhos que diziam guardar, mas que somente exploravam, na razão do quanto os desprezavam. Ateus e cínicos, galgavam os altos postos que desfrutavam mediante suborno, o homicídio, as perversões sexuais, a politicagem sórdida, morrendo nos tronos das honras e glórias mentirosas, para logo enfrentarem a consciência humilhada e, sob tormentos inenarráveis, sintonizando com os sequazes que os aguardavam no Além, serem reconvocados aos postos de loucura, dispostos a enfrentar Jesus e Deus, que negam e dizem desprezar.
Após a libertação de Gregório, foi decido buscar um substituto (Manoel P. Miranda, obra citada), um sicário que deveria ser impiedoso ao extremo, sem qualquer sensibilidade, cuja existência no planeta houvesse espalhado terror e cuja memória inspirasse ódio e revolta. Entre os candidatos para ser o novo “Soberano Gênio das Trevas”, que se encarregaria de administrar os corretivos da Humanidade, o vencedor foi o Espírito Tarmelão (1336-1405). Após inteirar-se das novas revelações da Terceira Revelação (Espiritismo) e seu programa de reestudo e vivência do Cristianismo, estabeleceu o seu programa de ataque contra os encarnados, com foco em quatro fragilidades humanas. Respectivamente, (1) o homem é um animal sexual, que se compraz no prazer, deve ser estimulado ao máximo; (2) o narcisismo é filho predileto do egoísmo e pai do orgulho, da vaidade, inerentes ao ser humano; (3) o poder tem prevalência na natureza humana, sendo um alçapão que não poupa quem quer que caia nesta armadilha e (4), o dinheiro que compra vidas e escraviza almas, será excelente recurso decisivo. Na visão obsessiva destes Espíritos trevosos, certamente, aquele que vencer uma ou mais de uma destas fragilidades, tombará noutra ou em várias simultaneamente. Os Espíritos técnicos em obsessão, tornaram-se especialistas no novo e complexo programa, provocando penosas derrotas nos representantes de todas as agremiações religiosas, conforme pode ser constatado com a irrupção do sexo desvairado a partir dos anos sessenta do século passado. Este processo faz parte da avaliação da Humanidade na separação das ovelhas dos bodes (Mateus,25:31-41), onde temos a opção seguir os ensinamentos de Jesus ou sintonizar com os Espíritos trevosos e praticar iniquidades; após a desencarnação, o destino dos que recalcitram no mal é o exílio em um mundo primitivo. Contudo, o verdadeiro cristão nada tem a temer, pois “aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mateus, 24:13).
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita