A CRIANÇA E O ADOLESCENTE (I)

Definir a criança ou o adolescente não é tão simples quanto parece. O Estatuto da Criança e do Adolescente no seu artigo 2º considera criança “a pessoa até 12 anos de idade incompletos e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade”. A psicanálise divide a infância em três etapas: 1a, 2a e 3a infâncias sendo que a entrada na adolescência se sucede à 3a infância.

É um momento subjetivo de perdas e aquisições biopsicossociais (mudanças no corpo, mente, sexualidade e função reprodutora). A exploração do corpo nessa nova fase tem como eixo a própria sexualidade. Perde-se o corpo infantil para adquirir um corpo adolescente, preparando-o para a vida adulta. O mesmo ocorre com os processos psíquicos que se refletem numa mudança geral de comportamentos, voltando-se para assuntos mais ligados à atividade adulta. Trocam-se os programas infantis de TV por programas como a paquera e passeios com amigos e amigas. O adolescente se caracteriza pela busca de seu próprio espaço na sociedade e essa é uma das maiores marcas dessa fase.

Embora muito aborrecedor para o adulto, o confronto com a geração precedente é inevitável na formação de sua identidade sexual, identidade esta que consolida a personalidade adulta. É necessário se fazer a distinção entre adolescência (processo psicossocial ligado à sexualidade) e puberdade (processo biológico preparatório para a reprodução).

O Seminário Internacional de Desenvolvimento Sustentado e Conservação de Regiões Estuarino-Lagunares, realizado em 1986 em São Paulo, deu o primeiro grito de alerta sobre a necessidade de preservar os manguezais. Comecei uma amizade por uma rede social com uma mulher seis anos mais velha. Depois de alguns encontros me vi apaixonado. Apesar de meu empenho para dar certo ela não se separou do marido, dizendo não ter o apoio da família. Me fez crer que realizaríamos nossos sonhos, que me amava, mas depois mudou muito. Não sei se me amava ou apenas queria vingar-se do marido que havia lhe traído. Seria curtição do momento? Porque não deixou claro desde o começo?

 Parece-me que desde o início você sabia que ela era casada, e mesmo na alegação de uma separação você assumiu os riscos. Na sociedade em que vivemos relacionamentos sem grandes compromissos são muito freqüentes, assim como suas consequências. A situação em si já é bastante delicada. Mas há algo também relevante que talvez tenha desconsiderado: o relacionamento iniciou-se virtualmente.

Os inícios tendem a ser carregados de idealizações, pois no virtual as idealizações não enfrentam o real do corpo, o que dá asas às fantasias. Além do mais, mal conhecia a pessoa, e sem muito saber de suas intenções ou caráter você se atirou com tudo. Veja quantos riscos você não levou em conta.

Assim como você, também fico sem saber qual era a dela. Mais me inquieta saber qual é a sua. Enquanto o real se enfrenta, o virtual se fantasia.

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