Luiz Azal
Para finalizar este ciclo sobre o ator político que disputa a vereança, iremos recapitular. No primeiro artigo, falei sobre quem tem o interesse, mas não sabe como e por onde começar; no segundo, trouxe aqueles que já disputaram, mas ainda não conseguiram a cadeira. Hoje, vou falar de quem conseguiu se eleger. Estou eleito, sou vereador e quero me reeleger. O que devo fazer? Parabéns pelo resultado, independentemente do número de votos; a meta agora é dobrar e, se possível, triplicar.
O primeiro passo depois de eleito é agradecer pessoalmente aos seus grandes pilares eleitorais, colocando o seu gabinete 100% à disposição. Se não conseguir resolver os pedidos que eles fizerem, pelo menos forneça uma resposta e uma justificativa.
Estruture seu gabinete de acordo com a personalidade de seu mandato. Gabinetes bem estruturados significam um mandato tranquilo. É interessante ter alguém para acompanhar e cuidar de suas mídias sociais, um profissional externo para buscar e resolver pendências, e outro interno para cuidar da burocracia do legislativo.
Ser oposição ou situação? Isso depende da conjuntura do governo na cidade e de sua disposição para lidar com o executivo. Saiba que essa decisão terá um impacto significativo em seus eleitores. Se a cidade está indo bem com a prefeitura, estar na situação é mais vantajoso. No entanto, se a prefeitura não está entregando resultados, associar sua imagem à dela pode ser arriscado.
Há prós e contras em ser situação. Primeiramente, você deve considerar a mensagem que usou em sua campanha para se eleger, se foi uma oposição crítica ou construtiva. Com base nessa premissa, fica mais fácil decidir o caminho a seguir. Se optar por estar na situação, é fundamental cumprir as promessas, como a melhoria de ruas e avenidas, creches e pedidos da área da saúde. O melhor dos mundos com uma prefeitura rejeitada pela população é se manter na base em votações que o executivo solicita e tentar ao máximo não vincular sua imagem com a do prefeito. Você deve fazer valer o apoio e a defesa do executivo.
Ser oposição é ao mesmo tempo mais fácil e mais desafiador. Quando eleito, você receberá pedidos dos eleitores, mas, ao contrariar a prefeitura, esses pedidos podem ser ignorados ou atrasar meses para serem atendidos. Isso faz parte do jogo político. Portanto, é importante compreender seu eleitorado e como o conquistou. Se sempre foi um opositor, deixe claro que sofrerá as consequências desse posicionamento, mas que está fazendo isso porque foi eleito para representar a voz da população (certificando-se de que a população não apoie o governo atual). Seja o “cara chato”, fiscalize tudo, vá às ruas para filmar serviços malfeitos ou atrasados, entreviste a população e mobilize as pessoas para pressionar o executivo a tomar decisões.
Encerro meus três artigos sobre o ator político disputando o pleito eleitoral; a partir de agora, irei dar dicas de construção da imagem do ator político. No próximo artigo, falarei sobre os arquétipos do marketing político.
______
Luiz Azal, especialista em Marketing Político e Eleitoral