“Salve a Boyes” – Para ativista, não há futuro sem preservar memória

Natália Maria Benoti foi a primeira oradora do “Salve a Boyes” a fazer uso da tribuna popular. De acordo com ela, novos oradores do grupo discursarão em breve. CRÉDITO: Guilherme Leite

 

 

Natália Maria Benoti, em discurso na tribuna popular nesta quinta (9), criticou eventual demolição de barracões históricos para construção de empreendimento imobiliário

 

 

Natália Maria Benoti, representante do movimento “Salve a Boyes”, que defende a não demolição de parte dos barracões da antiga fábrica da “Cia. Industrial Boyes”, às margens do rio Piracicaba, para a eventual construção de um empreendimento imobiliário disse, em discurso na tribuna popular da Câmara Municipal de Piracicaba, na noite desta quinta-feira (9), na 64ª Reunião Ordinária, que “Piracicaba está sendo vendida como uma cidade para você comprar empreendimentos imobiliários” e, na sequência, ponderou que “um lugar que não tem memória, não tem pertencimento e não tem futuro”.

De acordo com a oradora, o movimento “Salve a Boyes” é composto por professores, arquitetos e urbanistas, engenheiros, artistas, e defende que o espaço da antiga fábrica, uma propriedade particular, não seja destinado a empreendimentos que não valorizem ou representem a cultura, o patrimônio e a arquitetura nacionais e locais: “traz aí a questão da colonização constante”, falou.

Ela acrescentou: “só para explicar para o pessoal, que eles querem construir, demolir, para ter esse condomínio luxuoso, de 24, se eu não me engano, ou 27 andares, de 90 metros [de altura]; 90 metros, próximo ao rio Piracicaba e a todos os pontos turísticos da cidade, mudando completamente a nossa identidade. Isso é muito preocupante…”, disse.

Natália, na sequência, ainda defendeu que “dá para ser urbano, dá para ter um empreendedorismo e turismo acontecendo, mas de forma que a nossa população seja respeitada e integrada”, e afirmou que a apresentação do projeto do empreendimento imobiliário foi feito “a portas fechadas, com convidados”.

Ela, por fim, indagou: “a cidade é de quem?”, e disse o grupo também se posiciona de forma contrária a eventuais mudanças na Praça José Bonifácio, no centro: “a gente não está olhando só para a Boyes, mas [também estamos] lembrando de outras coisas que estão acontecendo. Essa nova praça José Bonifácio, ninguém quer. Entrou no debate público e todo mundo se posicionou contra esse projeto. Não estamos sendo ouvidos”.

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