Tabaco (IX) – Dráuzio Varella

O Dr. Dráuzio Varella fez seu depoimento no artigo “Droga Pesada”. Alguns trechos:

“Fui dependente de nicotina durante 20 anos. Era início dos anos 60. As meninas começavam a fumar em público, de minissaia, com as bocas pintadas assoprando a fumaça para o alto. O jovem que não fumasse estava por fora. (…) Um dia, na porta do colégio, um amigo me ensinou a tragar. Caí na mão do fornecedor por duas décadas; vinte cigarros por dia, às vezes mais.

Fiz o curso de medicina fumando. A indústria tinha equipes de médicos encarregados de contestar sistematicamente qualquer pesquisa.

Nos anos 70 fui trabalhar no Hospital do Câncer de São Paulo. Nesse tempo já se sabia até que, de cada três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro. Apesar disso e da convivência diária com os doentes, continuei fumando.

Na irresponsabilidade que a dependência química traz, fumei na frente dos doentes a quem recomendava abandonar o cigarro, em ambientes fechados diante de pessoas de idade, mulheres grávidas e crianças pequenas. Como professor de cursinho durante quase 20 anos, fumei nas salas de aula induzindo muitos jovens a adquirir o vício. Quando me perguntavam: ‘Mas você é cancerologista e fuma?’, eu ficava sem graça e dizia que ia parar. Só que esse dia nunca chegava. A droga quebra o caráter do dependente”.

Na área urbana de São Paulo existem apenas cerca de 20 a 30 espécies e borboletas, enquanto nos parques da cidade podem ser encontradas até 300. Isso ocorre porque a maioria das borboletas alimentam-se de frutos que caem no solo, e nas cidades existem poucas plantas frutíferas.

Quais são os sintomas da depressão e da Distimia? Como sei se tenho ou não?

A distimia é um estado crônico depressivo e geralmente aparece na infância ou adolescência. A pessoa distímica apresenta melancolia, depressão, baixo astral, pessimismo, ‘encanação’, sempre reclamando da vida. Podem se apresentar perfeccionistas e são pouco tolerantes às imperfeições dos outros, tem baixa autoestima e elevada autocrítica. Evitam vida social, pois não encontram prazer na confraternização. A vida profissional também fica prejudicada.

Algumas comorbidades são comuns. Essas pessoas apresentam quadros depressivos mais intensos e profundos que os da distimia em si, e o tratamento da depressão melhora o humor se comparado ao humor distímico crônico. Também podem aparecer síndrome do pânico, TPM, cefaléias e enxaquecas, prisão de ventre, etc.

A mudança no tempo para mais chuvoso, cinzento, sem sol, tende a realçar o mau-humor. O fato desse tipo de clima ser considerado ‘tempo ruim’ dá sentido aos sintomas já existentes.

O Tratamento medicamentoso pode ser indispensável, já que uma das causas é a genética, mas o ambiente familiar é decisivo. Pais austeros, pessoas depressivas, com síndrome do pânico, distímicos na família são potenciais causadores do problema.

 

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