De forma bastante descontraída, em local rodeado por vegetação nativa, os encontros do percurso formativo, realizado pela Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional, da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), reúne as equipes dos Serviços de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) para capacitação. O segundo encontro aconteceu na manhã de hoje, sexta-feira, dia 29/09, no Sítio São João, bairro Campestre.
O percurso tem o objetivo de nivelar conceitos sobre a segurança alimentar no município e iniciar um processo de sensibilização, vivências, troca de conhecimentos intersetoriais e como resultado da ação, gerar, de forma conjunta, formulário para diagnóstico de situação de segurança alimentar junto às equipes da Assistência Social.
Para iniciar as atividades, Júlio Pupin, agricultor familiar e integrante do movimento Tritura Pira, apresentou aos participantes, os aspectos da produção de alimentos, com o tema Quem produz o meu alimento, do campo ao prato.
Logo após, a equipe foi convidada a conhecer toda vegetação do local. “Todo resíduo de sementes de ipês e outras, quando juntadas, podem ser devolvidas ao solo, em uma horta ou canteiro. Tudo o que a natureza despreza, se torna matéria orgânica, um exemplo disso é o bagaço de cana, utilizado como biomassa, ou então, quando há queda das folhas do pé de mamona, cria-se minhocas que dependem da quantidade de nitrogênio contido nas folhas”, explicou.
No local também foram encontradas plantas próprias para o consumo, como mandioca, quiabo, feijão, ora-pro-nóbis, milho. “Aqui, nós contamos com o apoio da patrulha agrícola que disponibiliza máquina para rebaixar o resíduo volumoso que é triturado junto ao solo e pode ser usado para cobrir algum canteiro. É vantagem ter esse solo, porque permite que o produto dele seja ainda mais saudável e dá suporte às hortas que surgiram a partir do movimento Tô Aqui que se fortaleceu como construções abertas e comunitárias em várias comunidades do município”, contou Pupin.
De acordo com Savana Fernandes, da Coordenadoria de Segurança Alimentar, sendo a Assistência Social uma política que tem como uma de suas atribuições, a articulação entre as políticas, é urgente a necessidade de se pensar em um modelo de atendimento que permita o conhecimento da realidade da população rural de Piracicaba e a produção de alimentos para apoiar na construção de políticas públicas que favoreçam a construção de um modelo sustentável que leve em conta as necessidades, as expectativas e a sobrevivência da população e dos produtores familiares.
Karine Faleiros, engenheira florestal e coordenadora do Corredor Caipira, também marcou presença falando sobre o papel de um promotor de estabilidade social dentro das comunidades. “É uma atuação renovadora da Assistência Social no município; traz a produção com a terra e a natureza traduz uma oportunidade de atuação que garantirá a produção de alimentos no território – um grande benefício para toda a comunidade local. Trata-se, além de possibilitar o alimento com qualidade, a promoção da conexão da pessoa com a terra e com a vida. É importante estarmos aqui junto com pessoas de várias áreas, para vislumbrar uma política de construção de vida que reconecte as pessoas ao alimento”, disse.
A formação segue com encontros previstos para o mês de outubro e novembro, com a participação, além das equipes técnicas das Smads, também de comunidades parceiras e produtores de hortas que se utilizam de ações de segurança alimentar como ferramenta para o trabalho social com famílias.