Hip Hop – Evento na cidade promove personalidades femininas

MC Soffia e integrantes da Seleção Brasileira de Breaking são algumas das atrações do ‘Black House – Mulheres no Hip Hop’.Crédito: Divulgação

Que a cultura do hip hop tem grande força no Brasil, todo mundo sabe. Mas o que ainda não acontece é a abertura de espaço para tantas mulheres do país que fazem essa cena acontecer e não têm o devido reconhecimento. Pensando nisso, surgiu o projeto “Black House – Mulheres no Hip Hop” que, com o auxílio do Governo do Estado de São Paulo e do ProAC, acontece no dia 1º de outubro no Sesc Piracicaba e nos dias 7 e 8 de outubro na Casa do Hip Hop de Piracicaba.

O evento tem como objetivo enaltecer, empoderar e estimular mulheres jovens e adolescentes do interior de São Paulo a participar e conhecer mais da cultura hip hop. O projeto irá explorar a cena por meio de DJs, Breakdance, Rap, MCs e Grafite, sempre a partir da perspectiva de mulheres que atuam profissionalmente na cultura hip hop e que vivem no Estado de São Paulo.

Elas compartilharão as suas narrativas e experiências, por meio de palestras, apresentações de DJs, oficinas, rodas de conversa, desfiles de moda, batalha e apresentações de grupos de dança e muita música. Confira a programação:

Dia 1º de outubro – Ginásio do Sesc Piracicaba

  • Apresentação de Break Dance com B-Girl Toquinha – atleta brasileira que representará o país nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

Dia 7 de outubro – Casa do Hip Hop de Piracicaba

  • 13h – feira de microempreendedores do Coletivo Quebrada Criativa;
  • 13h – oficina de dancehall, com Tay;
  • 14h – oficina de breack dance, com Lu B-Girl;
  • 15h – oficina de hip hop, com Bárbara;
  • 16h – batalha de dança open style (link de inscrição: https://forms.gle/pDgfNMqUuaKM9akB9);
  • 18h30 – apresentações de grupos de dança, com DJ Kmina e DJ Brendão.

Dia 8 de outubro – Casa do Hip Hop de Piracicaba

  • 13h – feira de microempreendedores do Coletivo Quebrada Criativa;
  • 13h – oficina de graffite, com Alice de Lima (link de inscrição: https://forms.gle/M1sHe8H4fcRaasa36);
  • 13h – oficina de K-POP, com Camis;
  • 14h – oficina de Hip Hop, com Ste Peres;
  • 15h – apresentação de grupo de Rap, com 4MP Mulheres Pretas e Venus e Lua;
  • 15h – desfile de moda;
  • 16h – roda de conversa com MC Soffia;
  • 18h – apresentação MC Sofiia;
  • 19h – DJ Gab.

Todas as informações do evento podem ser acompanhadas pelo perfil @blackhousepira

no Instagram.

 

 

Black House, um festival

Black House é um festival idealizado por Camila Fernanda Rodrigues e Sabrina Alessandra Rodrigues, que possibilita a participação de artistas locais e da região de Piracicaba, para que possam trocar ideias, experiências e contatos com grandes referências do movimento hip hop.

Em 2017 surgiu o projeto “Black House”, com foco em oferecer aos jovens e adolescentes o máximo de conhecimento e aprendizagem sobre os elementos que compõem a cultura hip hop, além de desmistificar a visão negativa da sociedade sobre o mesmo, ou seja, apresentá-lo como ferramenta de educação, cultura e inclusão social. Durante as edições realizadas, foram oferecidas oficinas de dança urbana, rodas de conversa, exposição de fotografias, desfile de moda, batalha de dança e apresentações de DJs e MCs. O Projeto foi um sucesso em Piracicaba e até o momento sete edições foram realizadas em parceria com a Casa do Hip Hop Piracicaba.

A Casa do Hip Hop de Piracicaba foi escolhida para receber o projeto por ser um local de movimento e fortalecimento da cultura do hip hop.

 

MC Soffia, do movimento negro

MC Soffia nasceu na Zona Oeste de São Paulo, na região de Raposo Tavares, em uma família de militantes do movimento negro. Assim, Soffia se familiarizou com a cultura negra brasileira e se tornou presença ativa de eventos culturais e shows de hip hop com sua mãe.  Aos três anos, começou a compor e aos seis, participou de uma série de oficinas do mundo hip hop: breake, grafite, DJ e MC. Nessa mesma idade, também descobriu sua vocação como cantora. Desde então, com a ajuda da mãe e da avó materna, tem composto e cantado raps com a temática do empoderamento feminino e, principalmente, negro.

As letras de suas músicas falam sobre distorções sociais graves, como preconceito, racismo, machismo e incentiva outras garotas a se amarem do jeito que são. Em 2016, se apresentou ao lado de Karol Conka na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio. Foi apontada como uma das mulheres mais influentes do mundo pela Lista de 100 Mulheres do ano da BBC, em 2017. Foi uma das atrações musicais da cerimônia de entrega do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2023, ao lado de BK’, Owerá, Linn da Quebrada, Kaê Guajajara, Liniker e Jonathan Ferr.

Atualmente, MC Soffia é amplamente reconhecida por sua música “Lady da Quebrada”, que se tornou um grande sucesso em sua carreira.

 

Lu B-Girl, descoberta nas festas

Lucimar dos Santos, conhecida como Lu B-Girl é coordenadora de alto rendimento da Seleção Brasileira de Breaking. ela descobriu a cultura hip-hop pelo rap e festas onde as pessoas dançavam “passinhos”, embora na época não soubessem o nome. A transição para o breaking aconteceu quando ela conheceu um Bboy chamado Ary, que a convidou para assistir a um treino de seu grupo e a incentivou a ingressar na dança.

Desde 1997, Lu Bsbgirls tem sido uma figura ativa na cena do breaking, superando os desafios que surgem por ser uma mulher nesse meio. Ela competia contra Bboys e muitas vezes ficava entre os três primeiros lugares.

Além de suas conquistas na dança breaking, Lu Bsbgirls também desempenhou um papel crucial na introdução da cultura hip-hop nas escolas por meio do projeto “Das Ruas para a Escola”, em parceria com a secretaria municipal de Educação, em 1998.

Também participou de várias competições de breaking em todo o país e no exterior, atuando como jurada, ministrando workshops e debates. Como membro do BSBgirls (Brasil Style B.girls), uma crew formada especificamente por mulheres, ela ajudou a fortalecer a presença feminina no cenário do breaking.

 

B-Girl Toquinha, início aos 14 anos

Naiara Xavier Santos, 21 anos, conhecida na cena do hip hop como b-girl Toquinha.

Aos 14 anos, após apenas três meses de prática, ela venceu sua primeira competição, inaugurando uma série de vitórias em todo o país. Sua conquista mais notável foi em 2021, quando ganhou o Red Bull BC One Cypher, a principal competição individual de B-Girls e B-Boys no Brasil, o que a levou a integrar a equipe nacional de breakdance do país, que estará nas olimpíadas em 2024 em Paris.

Seu estilo criativo lhe rendeu reconhecimento dos juízes e um lugar de destaque na cena de dança brasileira.

 

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