Passada a crise sanitária, sobraram as memórias de quem sobreviveu à pandemia, mas desde então convive com o luto. Amigos e familiares que partiram. Para milhares, sobrou a experiência traumática e o desafio de continuar buscando sentido para enfrentar e se dispor a ajudar outras pessoas a superar ou simplesmente conviver com a dor da saudade.
A partir de uma narrativa baseada na história de um pai que perde o filho, o ator Elson de Belém apresenta o experimento cênico “Acalanto – um pedacinho de mim” e abre um espaço afetuoso para trocas entre experiências vividas em tempos pandêmicos.
“A concepção se deu a partir da vivência que presenciei no período da pandemia ao comparecer em velórios de conhecidos sendo velados por seus pais e uma cena me chamou atenção quando vi uma mãe debruçada sobre o caixão do seu filho, lembrei–me da mais famosa escultura feita pelo artista Michael Angelus, que representa Jesus morto nos braços de sua mãe. A proposta inicial são as relações entre pessoas que passaram por esta situação e posteriormente criar um serviço de amparo aos pais que perderam os filhos com intuito de possibilitar a continuidade da vida devolvendo as habilidades socioemocionais”, enfatiza Elson de Belém.
O experimento Acalanto – um pedacinho de mim será encenado hoje, 20, a partir das 20h, no Espaço Cultural Ditinha Penezzi (Rua do Rosário, 1337, Centro). Colaboração: R$ 20,00 – chape PIX [email protected] – e um par de meia para doação às crianças de abrigos da cidade.