Quais foram as revelações de Jesus em seu Sermão Profético e no Monte Tabor?   

Alvaro Vargas

 

Em qualquer circunstância, ao estudarmos os Evangelhos, é importante recordar que Jesus falava de forma alegórica, usando imagens para impressionar as inteligências ainda rudes, que necessitavam de pinturas vigorosas em cores nítidas (KARDEC, A. A Gênese, cap. XVII, item 54). Portanto, as suas mensagens não podem ser interpretadas apenas em seu sentido literal. Uma dela, o Sermão Profético, sendo proferido alguns dias antes de seu martírio na cruz, em abril do ano 33 da era cristã, pode ser interpretada como previsões acerca dos acontecimentos que afetariam significativamente a Humanidade (Mateus, 24). Falou também da destruição do Grande Templo de Jerusalém, o que de fato ocorreu no ano 70, durante insurgência dos judeus contra o império romano, e da perseguição que os cristãos sofreriam, um acontecimento lamentável sucedido nos primeiros séculos do Cristianismo nascente. E, citou o aparecimento dos falsos profetas, os hipócritas que se utilizam das coisas sagradas para fins escusos. Entretanto, a revelação mais contundente foi a sua predição do final dos tempos, relacionada com o final do período evolutivo que estamos vivenciando. Sobre essa fase, Jesus comentou sobre guerras e pestes, terremotos e fome, que provocarão desencarnações coletivas, mas abreviada, para ser evitado o fim da Humanidade. O Espiritismo esclarece que esses eventos ocorrem conforme a “Lei de Destruição”, visando acelerar o progresso da Humanidade (KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro, cap. VI).

Interessante é que durante o seu messianato na Galileia, quando Jesus proferiu o “Sermão da Montanha”, houve menção de que “Bem-aventurados os mansos porque herdarão a Terra” (Mateus, 5:5). Uma aparente uma contradição, pois até hoje predomina a maldade em nossa sociedade. Contudo, Jesus sempre transmitiu os seus ensinamentos gradualmente, permitindo uma melhor assimilação por parte de seus discípulos, esclarecendo, no devido tempo, a sua Boa Nova. Todavia, certas informações não poderiam ser transmitidas integralmente. Foi assim que, antes de deixar a Galileia rumo a Jericó em outubro de 32, na época da festa dos Tabernáculos, traçou o nosso roteiro evolutivo para os Espíritos Moisés e Elias, que colaboram na cristianização da Terra há milênios. Materializados no Monte Tabor, ambos ouviram de Jesus os principais fatos do final dos tempos, que foram posteriormente relatados de outra forma para os apóstolos, no Monte das Oliveiras. Por ser um diálogo telepático (NEVES, W. Pelo Espírito Yvonne Pereira. Encontros com Jesus, cap. 14), não se encontra descrito nos Evangelhos. Nesse encontro, Jesus comentou em detalhes todos os acontecimentos futuros que afetariam a Humanidade, como o fim do império romano e a eclosão das duas Guerras Mundiais, um resgate coletivo dos Hebreus e dos romanos, relativos ao Carma adquirido durante a conquista da “Terra Prometida” e as lutas para a expansão do império, respetivamente. O Mestre Nazareno também profetizou o período de transição planetária, com o exílio das almas recalcitrantes no mal para um mundo primitivo e a Terra sendo promovida a mundo de regeneração, livre das expiações dolorosas que ainda estamos submetidos.

Fica evidente que, quando Jesus profetizou no Monte das Oliveiras, repetiu a mesma mensagem que havia sido pronunciada no Monte Tabor. Porém, necessitou ser sucinto, respeitando a capacidade dos seus seguidores (porta-vozes), em compreender a sua comunicação, de modo a repassá-la conforme o nível evolutivo daquela época. Em ambas as situações, está claro que o plano de cristianização da Humanidade, delineado pelo Sublime Nazareno, prossegue na época estipulada, respeitando o livre arbítrio relativo do homem, que sempre pode atenuar ou incrementar os seus sofrimentos, conforme as suas decisões, individuais e coletivas. As suas profecias não são fatalistas, contudo, servem de alerta para seguirmos os seus ensinamentos.

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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo, Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita

 

 

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