IA: não adianta fugir!

José Renato Nalini

 

Queiramos ou não, a Inteligência Artificial tomou conta de nós. Ela vinha sorrateiramente, com os algoritmos nos ajudando nas tarefas singelas de emitir mensagens eletrônicas. Foi impregnando todos os serviços e hoje não vivemos sem ela.

Onipresente no mundo digital, ela é temida em muitos países, mas todos se servem dela para os seus intuitos muito particulares. Os “riscos profundos para a sociedade e para a humanidade”, mencionados por mais de mil líderes e pesquisadores de tecnologia, após a OpenAI lançar nova versão do ChatGPT em março, não têm o poder para neutralizar as pesquisas e os avanços tecnológicos.

A União Europeia se antecipou e procedeu a uma regulamentação. Meramente transitória, porque novas descobertas, novas funcionalidades e aplicativos continuarão a surgir.

É preciso educar a infância e a juventude para uma convivência saudável com a Inteligência Artificial. A humanidade está somente no início. É a fase chamada de IA estreita ou fraca. Neste período, os sistemas só realizam tarefas para as quais foram treinados, a partir de imensos repositórios de dados. Ferramentas como a machine learning, o aprendizado das máquinas e deep learning, um aprendizado profundo, fazem com que a IA continue a avançar.

Uma segunda fase é a da Inteligência Artificial geral ou forte. Aqui, a máquina poderá solucionar problemas para os quais não foi programada, mas que aprendeu sozinha a enfrentar, fazendo com que os algoritmos se valham da experiência acumulada nos trilhões de informações disponíveis.

O perigo reside na terceira fase, que seria chamada Super Inteligência Artificial. Aqui é que está o risco de superar a ficção científica. Os sistemas vão superar os humanos, torna-los ultrapassados. Serão capazes de desempenhar qualquer função, solucionar qualquer problema, exercer em plenitude a criatividade e ganhar desenvoltura em habilidades sociais.

Se a humanidade tiver juízo, ela continuará a se servir da IA para fins de aprimoramento do convívio, facilitação da vida, ampliação do tempo disponível para o prazer, para o lazer, para o entretenimento. Para o que se queira. Isso requer uma educação muito qualificada, anos luz distante da anacrônica escola que o Brasil oferece para as suas crianças. Os jovens já se aperceberam disso. Esse o motivo da crescente evasão do Ensino Médio.

Não adianta fugir da Inteligência Artificial. Ela se agarrou a você e não larga mais.

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José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras

 

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