Gregório José
Daqui a 20 anos, apenas seus filhos recordarão suas noites de trabalho, a privação de sono e a renúncia aos momentos de lazer em prol do ganho financeiro. Patrões, gerentes e chefes imediatos não reterão lembranças do seu esforço em prol da empresa ou do comércio.
Isso é verdade tanto para o setor público quanto o privado. Seu presente esforço só encontrará lembrança no futuro por parte daqueles próximos a você. Prefeitos, vices e secretários não se importarão com as horas extras dedicadas agora, pois seu valor não transcenderá o tempo.
A máxima “Trabalhe para viver, não viva para trabalhar” ressalta sua importância. Embora a disposição para o trabalho seja inquestionável, a percepção da situação é crucial para todos os envolvidos.
A frase aborda uma reflexão fundamental sobre a relação entre trabalho, esforço e reconhecimento e nos faz lembrar que, no frenesi diário de dedicar longas horas ao trabalho e sacrificar momentos de descanso e lazer, muitas vezes perdemos de vista o propósito por trás de tudo isso.
Se os únicos que se recordarão de nossos esforços árduos e das horas sacrificadas serão nossos filhos, aqueles que nos são mais próximos e que testemunham o impacto de nosso comprometimento, então precisamos agora, dar-lhes mais atenção e nosso tempo. O máximo que pudermos!
Patrões, gerentes e líderes não guardarão memória do esforço que investimos e, assim, precisamos encontrar um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal. A busca incessante por sucesso profissional muitas vezes nos leva a negligenciar momentos valiosos com amigos e familiares, além de afetar nossa saúde física e mental.
Independentemente de trabalharmos no setor público ou privado, a mensagem é clara: devemos repensar nossa abordagem ao trabalho. O esforço que empregamos no presente não necessariamente se traduzirá em lembranças gratificantes ou reconhecimento futuro.
Portanto, sejamos dedicados ao serviço, ao trabalho e aos nossos superiores imediatos, mas não tanto. Pertencemos a uma sociedade capitalista, mas também ao tempo voraz que consome nossas horas preciosas ao lado daqueles que nos são caros.
Diversos filmes nos lembram que é preciso equilíbrio e, assim, coloquemos na balança os prós e os contras. O equilíbrio será o nosso Norte para a felicidade no amanhã.
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Gregório José, jornalista, radialista, filósofo