Prefeitura está em processo de contratação da empresa que fará a contenção da erosão que afeta o muro e construções do Residencial Leão, no Parque Prezotto
Uma obra de contenção da vazão de um córrego reivindicada há 17 anos por moradores do Parque Prezotto deve se concretizar a partir de outubro. A projeção foi feita por técnicos da Semozel (Secretaria Municipal de Obras e Zeladoria) que estiveram na Câmara, na tarde desta quinta-feira (17), para uma reunião intermediada pelo vereador Thiago Ribeiro (Podemos).
A conversa também teve a presença de um grupo de sete pessoas que residem no Residencial Leão, localizado na altura do número 1.500 da avenida Pompeia e principal prejudicado com as erosões causadas quando há chuvas e consequente aumento do volume do curso d’água que corre entre a vegetação vizinha ao condomínio.
O grupo, representando os moradores das 74 unidades habitacionais do residencial, aponta que o problema começou a ser observado dois anos depois da instalação do loteamento. Desde então, houve promessas de governos anteriores, nunca cumpridas, de canalizar o afluente do ribeirão Piracicamirim no trecho próximo ao condomínio.
A obra agora anunciada para o local, de acordo com a gestão Luciano Almeida (PP), virá como solução definitiva para corrigir o curso d’água e conter o volume que, além de provocar a erosão próxima ao muro do residencial, é apontada pelos moradores como causa de trincas e rachaduras em casas e de fissuras no asfalto próximo ao salão de festas.
A reconstrução de um muro ala e a canalização do córrego são o objeto da concorrência 22/2023, aberta pela Prefeitura e, no momento, suspensa para que as quatro empresas que estão na disputa apresentem a documentação requerida. Os engenheiros civis Victor Regitano e Ivan Patteti, da Semozel, estimam que, em até dois meses, a obra terá começado, com prazo de execução de 180 dias e investimento total de R$ 1.581.468.
“Está sendo analisada a parte documental. Em coisa de um ou dois meses é para estar definindo a vencedora: terá a homologação, será assinado o contratado, sairá a ordem de serviço e começará a obra”, disse Victor, acrescentando que a Semozel “tenta fazer tudo o que é mais emergencial”. “Mas sabemos das limitações burocráticas que temos”, ponderou.
Ivan reconheceu o risco de solapamento no local e explicou que 50 metros do curso d’água deverão receber uma canalização do tipo aberta, como exigem as normas ambientais. “Trabalhamos nesse local para tentar achar uma solução a um problema antigo, que já conhecemos e está em vias de ser solucionado em modo definitivo. Identificamos o trecho que estava pior e acrescentamos uma margem a mais [para a canalização]”, afirmou.
Na reunião, os moradores manifestaram preocupação de que, começando em outubro, a obra coincida — e tenha seus trabalhos prejudicados — com o período de chuvas frequentes.
Valéria Cristina Bombo Guimarães, membro do conselho fiscal da Associação dos Moradores do Residencial Leão, disse que uma intervenção feita pela Prefeitura em 2022 colaborou para conter o avanço da erosão no local. “No ano passado foi feito um paliativo e ajudou muito, pois a situação estava extremamente crítica. Se a Prefeitura não tivesse feito isso, não sei se teríamos aquele perímetro preservado.”
Ela apontou os danos que, ao longo do tempo, a falta de canalização provocou em construções do condomínio, como rachaduras e trincas. “É prejuízo para o imóvel e risco para a segurança de todos, já que a família está lá dentro. Quando chovia, ficávamos em estado de alerta, monitorando o volume de água, com a sensação de que teríamos de sair correndo dali a qualquer momento.”
Thiago Ribeiro comentou que tem acompanhado a situação ao lado dos moradores e citou visita que fez ao local, em maio do ano passado, com integrantes do Executivo. “Participei junto com vocês desde o início e, enquanto Poder Legislativo, estarei no dia a dia acompanhando a execução dessa obra, até porque estamos falando de recursos públicos.”
“É um investimento grande e que terá, após a assinatura da ordem de serviço, a equipe de engenharia da Prefeitura acompanhando o processo. Fizemos a captação dos recursos, fomos atrás desde o início, seguindo todos os protocolos e, o mais importante, a obra está saindo do papel”, disse o vereador, que agradeceu a Paulo Roberto Borges, titular da Semozel, e a Ivan e Victor.