Esquizofrenia (III) – Diferença de Enfoque

O artigo de a revista Viver Psicologia (ano 6, nº 69) diz que apesar do enorme desenvolvimento dos tratamentos medicamentosos, o curso da doença quando em seu estado crônico permanece relativamente inevitável. O Prof. Nicholas Tarrier da Universidade de Manchester, Inglaterra, defende a terapia cognitivo-comportamental em pacientes esquizofrênicos crônicos como a que reduz os sintomas psicóticos apresentados pelos doentes.

Comparando pacientes que recebem apenas medicação (associada ou não a tratamentos auxiliares) com os que se submetem, além disso, ao tratamento cognitivo-comportamental, ele observou uma significativa diminuição dos sintomas.

Embora seja um dado a se considerar, à luz da Psicanálise o que ocorre é a ausência de um elemento estruturador da personalidade logo nos primeiros anos. Esse elemento foi chamado ‘significante Mestre’ por Lacan, e sua ausência abre caminhos para se construir uma personalidade psicótica. Porém, o surgimento do quadro geralmente ocorre no estabelecimento da identidade sexual, momento em que o significante Mestre se faz imprescindível. Essa divergência teórica conduz a prognósticos e intervenções clínicas diferentes. Precisamos pensar na diferença sem hierarquias. Um enfoque não invalida o outro, muitas vezes se complementam.

A National Science Foundation investiu US$ 19 milhões em 2000 para descobrir os mistérios do Oceano Ártico. Seus pesquisadores detectaram que a extensão de sua camada de gelo diminuiu de 2% a 3% por década, sem saber, no entanto, a causa desse fenômeno.

 Não consigo me aproximar de uma mulher. Em festas, boates, baladas, se me sinto interessado por alguém me falta coragem para iniciar um papo. Quando me arrisco o nervosismo é tanto que não consigo desenvolver um diálogo prazeroso. Sinto-me inferior em relação a outros homens. Há algo que eu possa fazer para melhorar essa insegurança e medo da rejeição feminina?

A falta de coragem pode ter diversos motivos, incluindo um conjugado deles, o que torna difícil uma resposta objetiva. Mas medo e desejo sempre foram primos-irmãos. Quanto mais prestes a atingir um objetivo desejado, mais somos assaltados por receios.

Em parte, isso se deve ao fato de perdermos a possibilidade da queixa, pois ao não atingirmos um objetivo ela (a queixa) ‘se justifica’, mas como sintoma (muito comum entre nós, aliás). Mas seus receios podem estar muito além disso: ansiedades, autoestima baixa, pouco amor próprio, são comuns.

Como é sua relação com seus pais? Isso é fundamental no contexto, embora você jamais consiga mudanças pela via da razão. Não se muda uma situação assim ao compreender o porquê se fica nesse estado. A natureza de sua queixa é emocional, certo? É então necessário entrar em contato com esferas desconhecidas suas. Uma análise pode ser muito profícua nessa direção. Qualquer método que evite esse contato será apenas paliativo. Medicamento algum vai resolver isso por você.

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