História – BB comemora um século em Piracicaba

Equipe do Banco do Brasil em Piracicaba em 1962. Crédito: Acervo de Alice Guidetti
Equipe do Banco do Brasil em Piracicaba em 1973. Crédito: Acervo de Chico França
Prédios de 1970 e 1983: evolução do quadro de funcionários em 21 anos!. Crédito: Acervo de Chico França
Equipe do Banco do Brasil em Piracicaba em 1983. Crédito: Acervo de Chico França

 

Nelson Antonio Pinotti

 

Constatando, na época, a primazia da “cidade e Município de Piracicaba” de entre os “Potenciais Econômicos” compostos por muitas Capitais e Municípios de maior desenvolvimento do País, a Direção do Banco do Brasil funda, em Piracicaba, a 16 de julho de 1923 sua “quinquagésima sexta Agência, que recebeu o número “0056-6”.

Passaram-se os anos de febris atividades econômico-financeiras, e aí também atingindo a instalação, às dezenas, de suas filiais por todo o Brasil e o Exterior, o Banco fez comemorar, com festejos e oportunidade, a 16 de julho de 1973, o “Jubileu do Cinquentenário” de sua Agência “0056-6” Piracicaba.

O relator-articulista da presente mensagem — ex-funcionário do Banco do Brasil, e participante das comemorações dos idos do “Cinquentenário” (que ocorreu a 16 de julho de 1973 — diz, por ele próprio, e sabe que esse dizer é compartilhado por colegas que estão por aqui e também aposentados e que igualmente foram presenças na data do jubileu de 1973 e estão no grupo da foto do Quadro Funcional daquela Agência”, que reuniu as quase 80 (oitenta) pessoas, que, postadas, ocuparam toda a escadaria da “Catedral de Santo Antonio”  (dias atrás, publicada na “Tribuna Piracicabana”).

Nessa foto, encontram-se os funcionários (escriturários e comissionados) e vindo logo à frente a Administração da Agência (Gerente e Subgerente) e também o Inspetor Regional, que comparecia à Agência em sua visita periódica de rotina.

Há oportunidade de aqui se destacar também a presença de duas mulheres no grupo de funcionários retratados (sendo elas Aparecida Gregolin (Aparecida Gregolin Abe) e Maria Inez Pinto) que, a partir de seu concurso, daquele ano, passavam a ter acesso a carreiras da Instituição.

No presente artigo dar-se-á especial atenção ao cinquentenário da Agência 0056-6 Piracicaba, porquanto Piracicaba e Região próxima estavam num período de avanços nos percursos e fases de vigor, de desenvolvimento, de progresso,  de prosperidade, tudo apoiado em suas tradicionais, e remontáveis ao Brasil Colônia,  de sua Cultura da Cana de Açúcar e de sua Agro-Indústria Açucareira e Alcooleira (indústria que, em anos mais próximos, chegou à produção do etanol, energia elétrica…).

As comemorações do cinquentenário aconteceram na iniciativa da própria Agência que aniversariava e, ademais, importante e significativo considerar/lembrar, que aconteceu pleno endosso da própria Instituição, e, assim, o presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, veio  a Piracicaba, em julho de 1973,  e participou dos momentos das comemorações, festividades e visitas  da quinquagésima sexta Agência do Banco, presentes grande número de pessoas.

Agora, com suas hoje dezenas de Agências por todo Território Brasileiro, neste mês, dia 16 de julho de 2023, segunda-feira, a mesma Agência 0056-6 de Piracicaba, completará, pois, seu um século de existência.

Todos os munícipes — pessoas de direção administrativa, cooperados, clientes todos, beneficiários ou não beneficiários, quantos e quantos—, hão de conhecer o estágio de pujança da atividade bancária nos dias de agora, da agência aniversariante.

 

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RELEMBRANDO 1808 — Vindo a ser fundado em 1808 como importante medida de governança e porquanto tal iniciativa fora paralela à Abertura dos Portos a todas as Nações Amigas, por decisão de Dom  João VI, então Imperador do Brasil, Portugal e Algarves, o Banco do Brasil, primeiramente particular  e que logo ascendeu a banco oficial e,  dentro da primeira metade do Século XIX, com o retorno do Imperador a Portugal e esgotamento do Tesouro, por certo período interromperam-se as atividades do dia a dia do Banco do Brasil. 

Superada essa crise, o Banco retoma suas atividades e atravessa, com moderação, mas indo até a avanços progressistas, na fase da República-Regime Militar-República, e passa a se manter firme em sua caminhada e manter avanços de crescimento, desenvolvimento, progresso, como rotina. 

As comemorações do cinquentenário aconteceram na iniciativa das própria Agência que aniversariava e, ademais, importante e significativo, com endosso da própria Instituição, pois o presidente do Banco do Brasil, Nestor Jost, veio a Piracicaba — em julho de 1973 — integrou-se e participou das comemorações, festividades e visitas de sua quinquagésima sexta Agência.

É de oportunidade considerar que o Banco do Brasil foi o primeiro Banco Oficial do Brasil e sua presença no cenário brasileiro foi uma constante com suas atividades e apoio à economia brasileira, por sua atuação, por décadas, a contar de sua Carteira de Crédito Agrícola e Industrial, a CREAI, e como suporte e esteio no Comércio Exterior.  sua CACEX e Carteira de Câmbio.   

Nessa azáfama de todas as suas carteiras especializadas, o BB, pela sua Agência 0056-6,. aqui de Piracicaba, pôde gerenciar, administrando, apoiando, financiando um gigantismo de empreitadas e iniciativas locais e de ampla região, tudo fora feito  com propriedade ímpar: aqui se montou e se estruturou um núcleo de nada menos de 35 (trinta e cinco) Usinas de Açúcar e Álcool instaladas em Piracicaba e Região, contígua e a pleno funcionamento e alta produção e produtividade através dos anos e assim se manteve. Constituiu-se, na verdade, um esteio econômico, que se manteve e promoveu continuado aprimoramento, crescimento, progresso, avanços, e recebeu as atenções dos propósitos bancários.   O BB, pela sua Agência 0056-6, fez bem a sua parte.

Dentro desse contexto,  o núcleo de 35 Usinas de Açúcar existentes em Piracicaba e Região, em espiral ascendente, chegou à formação de grupos ou aglomerados econômicos;  e, ao lado disso, a própria indústria agro-sucro-alcooleira passou a forçar a demanda, que foi muito bem atendida, pela fundação de metalúrgicas específicas que construíam novas usinas, que produziam e reformavam os equipamentos e acessórios de usinas, que reformaram as usinas reformando e substituindo os equipamentos gastos pelo duro trabalho das moagens de cada safra (que se convencionou chamar “apontamentos”) e muito mais.

No ano de 1920, é fundada a Metalúrgica Dedini — que aí está até hoje, a despeito de alguns altos e baixos — a primeira fabricante de usinas completas, também produtora de equipamentos e acessórios; outras foram fundadas e permaneceram ou continuaram  ou desapareceram, mas as demandas permaneceram com atendimento sempre, pela metalurgia local (e de cidades do Estado, como Piracicaba, Limeira, Santa Bárbara d`Oeste, Sertãozinho, Ribeirão Preto, outros, e também no Nordeste brasileiro).             

E foram resultantes disso tudo o aparecimento e a diversificação de propósitos, tudo ligado ao parque agro, indústria, açucareiro e alcooleiro, com as evoluções produção de açúcar, álcool, etanol, energia elétrica, adubo.

Ficou Piracicaba-Região “dona” de poderio de produção que, por décadas, permanecera alicerçado na cana de açúcar e que nessa vocação desde sempre assim se mantivera, vale dizer, provinha já do Brasil Colônia e, depois, seguindo e passando pelo Brasil Império, e a Primeira República, e até nossos dias. 

Ademais, esse universo do domínio e contínuo impulso na produção e produtividade da cana de açúcar desde sempre, a partir da segunda metade do Século XIX, apoiado, lá,  no desempenho dos Engenhos como parque fabril, passamos a ter em Piracicaba, com pioneirismo, metalúrgicas produtoras de usinas de açúcar e álcool”, e a Metalúrgica Mário Dedini foi a timoneira em tal propósito, mas logo vieram outras dessas metalúrgicas produtoras de novas usinas de açúcar e álcool e mesmo metalúrgicas produtoras de toda diversidade de equipamentos.

E, volvendo à nossa Agência 0056-6, de Piracicaba, agora centenária, sua presença no panorama das metalúrgicas não foi contemplativa à metalurgia e à sempre renovação e formação dos extensos canaviais todo ano. 

No particular dos financiamentos às lavouras de cana de açúcar, tem oportunidade aqui ressaltar que um lugar especial ficou reservado à nossa Agência 0056-6, BB-Piracicaba: por bom tempo, quando cinquentenária, idos de 1973, ficou sendo, dentro do Banco do Brasil, a agência referência para os financiamentos específicos da lavoura de cana em todo o Brasil. Aqui, o Banco fez instalar os critérios dos financiamentos da lavoura de cana de açúcar,  e mesmo das máquinas e equipamentos para o setor, como guia para todas as demais Agências nisso operantes, no território brasileiro.

Da própria Agência de Piracicaba, aliás, foram deslocados funcionários habilitados no mister, que, empossados na direção geral do Banco, no Rio de Janeiro, ali eram os credenciados na orientação dos financiamentos do complexo.

 

 

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Nelson Antonio Pinotti, Matrícula no BB 7374040-3, relator da festa do cinquentenário da Agência 0056-6, colaborar deste jornal

 

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