Alvaro Vargas
Perto da data de comemoração do Natal, nos planos espirituais mais elevados do orbe terrestre, após ter sido cientificado do fracasso das religiões institucionalizadas em cristianizar o nosso planeta, Jesus determinou a João Evangelista: “se os vivos nos traíram, meu discípulo bem-amado, se traficaram com o objeto sagrado da vossa casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os mortos falem na Terra em meu nome. Deste Natal em diante, meu João, descerrarás mais um fragmento dos véus misteriosos que cobrem a noite triste dos túmulos para que a verdade ressurja das mansões silenciosas da Morte. Os que já voltaram pelos caminhos ermos da sepultura retornarão à Terra para difundirem a minha mensagem, levando aos que sofrem, com a esperança posta no Céu, as claridades benditas do meu amor!” (XAVIER, F. C. Palavras do Infinito. Pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 10).
A programação do Cristo com relação ao nosso processo evolutivo é flexível, no livre arbítrio relativo, individual e coletivo que possuímos. Entretanto, quando necessário, os seus prepostos realizam a intervenção necessária conforme os planos Divinos. Assim, quando considerou oportuno, o Mestre Nazareno autorizou uma manifestação intensa dos espíritos em nossa sociedade. Por esse motivo, Herculano Pires (O Espírito e o Tempo. Segunda Parte, cap. III) considerou que, de fato, ocorreu “invasão organizada” dos espíritos, que se comunicaram através de efeitos físicos (ruídos, levitação, materialização etc.) e mensagens faladas e escritas. Entre essas manifestações, a que ganhou maior notoriedade na época, foram os acontecimentos envolvendo a família Fox, em Hydesville, no estado de Nova Iorque, em 1848. Após as ocorrências em sua residência, as irmãs Fox passaram a fazer exposições públicas desses fenômenos, estimuladas pelos próprios Espíritos. Era uma nova mensagem que vinha do mundo espiritual, conclamando os homens para uma outra posição filosófico religiosa. No início, apenas pessoas curiosas e fúteis atendiam a essas reuniões, mas com o passar do tempo, os frívolos e interesseiros foram se afastando, só ficando na observação de tais fenômenos, os investigadores sérios e interessados em seu estudo. Similarmente, tais fenômenos também ocorreram na Europa e, em Paris, passaram a ser pesquisados pelo professor Hippolyte Rivail. Com base em uma rigorosa análise experimental, ouvindo médiuns de diferentes locais que respondiam a mesma pergunta, Allan Kardec (pseudônimo adotado por Rivail), compilou as respostas obtidas nas comunicações mediúnicas e codificou a Doutrina Espírita. Do mundo espiritual, quem coordenou todo este trabalho foi Jesus de Nazaré, que se apresentou como o Espírito da Verdade, trazendo o Consolador (Espiritismo), confirmando a sua volta conforme profetizado na antiga Palestina (João, 14:16-27). Essa estratégia, de “invasão espiritual”, teve pleno sucesso, superando todas as limitações humanas.
Segundo as anotações de Allan Kardec (Obras Póstumas. O Futuro do Espiritismo, mensagem de 12/04/1860) o Espiritismo restaurará a religião do Cristo, instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente à Deus, sem intermediários (padres, pastores, rabinos, monges etc.) ou necessidade dos degraus de um altar. De fato, o homem intelectualizado, atualmente, está cansado das seitas religiosas dogmáticas e fanatizadas, que apregoam uma fé cega aos seus seguidores. Necessitamos de explicações lógicas e sensatas sobre a nossa origem, destino, e as razões para o sofrimento aqui na Terra. Em sua visão de futuro, Chico Xavier esclareceu que “(…) muito breve, o homem estará ligado à glória da religião cósmica, da religião do amor e da sabedoria, que o Cristianismo Renascente, no Espiritismo de hoje, edificará para a Humanidade, ajustando-a ao concerto de bençãos, que o grande porvir nos reserva.” (Revista da LBV, 05 de janeiro de 1954).
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante espírita