O Que há no Insulto e no Elogio?

Sempre questionamos um elogio – ‘são seus olhos’, ‘tive sorte’ – mas não duvidamos do insulto, ao qual sempre revidamos. Se se suspeita do elogio, não paira qualquer dúvida quanto ao insulto, sempre certeiro. Mas por quê?

Ao se pôr a serviço de alguém, o que elogia é alvo de críticas – ‘o que você viu nele?’ – Mas o que insulta toca a verdade do ser e é visto tendo razão: ‘Ele merecia ouvir umas mesmo!’

O insulto necessita da cumplicidade do insultado, de seu revide, sem o que ele perde seu efeito de verdade. Lembremo-nos dos apelidos, insultos com roupa de brincadeira. Sabemos que ele só emplaca se o seu alvo for cúmplice se irritando.

Interessante notar que o insultante é tido como honesto o que falou a verdade que ninguém tinha coragem de dizer. Mas o que elogia ganha a pecha de demagogo ou bajulador.

‘Falem mal, mas falem de mim’ está na base de pessoas que preferem serem lembradas negativamente a não ser lembradas de forma alguma. Freud dizia que o obsessivo tem certo prazer em ser insultado, que isso o defende da paranoia de ser algo pior. Ao receber o insulto ele pode pensar que está protegido de seu superego que o persegue.

Entre membros de comunidades com identificação pouco clara é fácil haver insultos. Cento e vinte anos de psicanálise, cento e vinte anos de insultos. Talvez, o psicanalista seja aquele que tenha outra maneira de responder a tal nomeação.

 

Fonte: www.jorgeforbes.com.br

 

Da Natureza nada se tira senão fotografias. Nada se leva senão lembranças. Nada se deixa senão pegadas. Nada se mata senão o tempo.

  

Quero muito encontrar um companheiro. Estou recebendo muitas mensagens em um site que me cadastrei, só que fico em dúvida para qual rapaz devo dar mais atenção. Bato papo só que eles me chamam para o primeiro encontro e fico com medo. Como saber quem é confiável? Receio fazer escolhas erradas.

Célia.

A primeira coisa a dizer é que relações virtuais possibilitam vários contatos simultaneamente e para ambos. Se a você surgem possibilidades a eles não é diferente, certo?

Pelo teor e forma de sua questão parece iniciante no assunto, o que faz brotar uma insegurança própria. O convite para o primeiro encontro surge em que contexto? Logo no primeiro papo ou após se iniciar a confiança? Ou não está conseguindo confiar em ninguém?

São pertinentes na medida em que surge o medo. Os critérios são sempre subjetivos, isso ninguém pode decidir por você. Mas é importante lembrar uma coisa: todo relacionamento virtual que acaba em tragédia vira manchete de jornais e telejornais. E fica parecendo que na internet só tem criminosos. Na verdade, essas pessoas são as mesmas do mundo real. O cuidado cabe no momento em que não se conhece nada da história de quem se pretende íntima no máximo grau.

As conversas (celular ou rede) são sua ferramenta e sua habilidade é sua estratégia. Mas é preciso vencer essa fase e entender que a dinâmica no virtual é outra. Conheço pessoas casadas, pois correram o risco.

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