Um tributo ao “buracos” da política

José Osmir Bertazzoni

Já houve quem dissesse por aí que Piracicaba se tronou a cidade dos buracos. Na verdade, não há ruas em nossa urbe que não esteja comprometida com os incômodos convexos. A ideia que se faz de Piracicaba é que é a cidade levada ao abandono, vivemos sempre surpresos quando transitamos pelo centro e bairros, nunca foi tão flagrante a falta de zeladoria.

Certamente que essa situação terá que ser solucionada, mas a questão é, será proposital esse abandono para que de repente se tomem as rédeas resolvendo tudo rapidamente com muito dinheiro público?

São acidentais ou propositais esse abandono visível por todos para se promova um final de mandato do prefeito com muitas obras de reparos nas ruas?

São acidentais ou propositais o sofrimento que se impõe aos piracicabanos?

Grande parte do patrimônio público, prédios, praças, vias urbanas e rurais, unidades educacionais e em especial a saúde está sendo abandonada? Negligenciada?

Ou simplesmente preparadas para ser entregues gratuitamente e com grande paga com recursos públicos a iniciativa privada?

Eu às vezes fico pensando qual a estratégia política da atual administração para tentar sobreviver politicamente a esses desatinos?

Muitos políticos se inspiram nos ensinamentos de “Niccolò di Bernardo dei Machiavelli” ou Maquiavel como conhecemos, e invertem todas as ordens de justiça social como, por exemplo o texto clássico desse escritor fiorentino: “Quando fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.”

Invertendo essa ordem, Napoleão Bonaparte em sua interpretação do texto orientava:

“Quando for praticar a desgraça faça de uma única vez; em seguida faça o bem aos poucos para que todos se lembrem de você”.

Será essa a teoria inspiradora que vivemos em nossa cidade?

A Noiva da Colina será despida, exposta às agruras, ridicularizada para somente depois ser vestida a sua glória?

Minha visão pessoal, muito particular, prefiro acreditar em outra visão do escriba fiorentino: “Dizem a verdade aqueles que afirmam que as más companhias conduzem os homens à forca”.

Não estou acusando ninguém de cometimento de malfeito e muito menos de o preboste ser influenciável, apenas coloco minhas dúvidas sobre as formas com que estão fazendo política em nossa cidade; se seguirem cartilhas ou as fazem por conforto das aurículas?

De toda sorte posto-me em esperar respostas das quais me retirem as dúvidas.

Preservo-me na esperança de novas possibilidades, de melhor conforto, contando com uma gestão pública que traga méritos e seja respeitada pelos nossos cidadãos.

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José Osmir Bertazzoni (64), advogado e jornalista

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