Obesidade (III) – Fome Emocional

A obesidade está baseada no conceito de fome emocional. A fome física é a necessária para nosso sustento, a emocional ultrapassa essa necessidade. Surge a pergunta: como distinguir uma da outra?

A pergunta aparentemente óbvia, mas adequada é: “Estou com fome?” Uma das características do obeso é a compulsão por comer, levando-o a comer pelas mais variadas razões. Come por que:

  • ‘a comida está lá’;
  • ‘alguém se preocupou em prepará-la’;
  • ‘pagou por ela’;
  • ‘está ansioso’;

Enfim, acha justificativas para sua necessidade emocional do comer. E a fome emocional é que o leva à obesidade.

Para distinguir uma fome de outra observe se sua mão ou sua mente se movem na direção do alimento quando já está saciado. Se isso ocorrer você é compulsivo por comer, e potencialmente obeso. É necessário que a ligação entre o alimento e a fome física seja refeita, pois no compulsivo essa ligação estabeleceu-se pela via emocional que está para além das necessidades físicas. É onde reside o ponto sintomático, à luz da Psicanálise.

De certa forma essa ligação é o que sustenta a ideia de que o obeso tem que se restringir a certos alimentos. Não é verdade. A restrição que cabe ser feita é quanto ao hábito compulsivo, podendo comer de tudo se refeita a ligação alimento/fome física para uma vida saudável. Obviamente que o teor calórico deve ser considerado.

 

 

O gato tem a capacidade de selecionar o barulho que lhe interessa, acordar ou não.

 

Separei-me há alguns meses, mas nada tem graça. Entrei em um site de relacionamento, mas não tenho coragem de mandar recado. Recebi um e conversamos pouco. Ele quer me conhecer, mas está sempre ocupado, entra quando eu não estou, deixa um recado e tchau, o que não me desperta interesse. Sinto-me ligada a meu ex-marido, apesar das mentiras e traições. Estou magoada, dediquei minha vida a ele e acabei sozinha, sem interesse por nada. Não consigo viver sem ter alguém pra me dedicar e cuidar.

Alice.

 

Você começou se queixando da falta de interesse geral, sem poupar alguém que se interessou por você, mas de repente surge o fundamental: ainda não superou suas mágoas com o ex-marido. É preciso resolver isso, sob o risco de não conseguir ver sentido na vida, olhar outra pessoa como possibilidade, enfim, desejar voltar a viver.

É perfeitamente compreensível sua mágoa, mas você pode escolher por ela ou por sua superação. Como diz Drummond, “a dor é inevitável; o sofrimento é opcional”.

Ter alguém para se dedicar implica em seu caso que essa pessoa também se dedique a você. É a base de sua afirmação, o que pode apontar para seu desejo. Mas parece que está preferindo se vitimizar, como forma de cuidar para que essa ferida não sare, pois é muito difícil perdermos a possibilidade de nos queixarmos. Sair dessa posição vítima implica se desvencilhar da queixa. Mas será que está disposta a isso?

 

 

 

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