Vicente de Paulo da Silva
Os brasileiros e brasileiras querem voltar a consumir. Os varejistas querem voltar a vender. Os empreendedores e empreendedoras querem voltar a investir. O Brasil quer retomar o caminho do crescimento, mas no meio do caminho, tem um Banco Central. Tem um BC no meio do caminho. Assim como havia uma pedra no meio do caminho no famoso poema de Drumond, de 1928.
A pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo Datafolha mostrou que 80% dos brasileiros apoiam a redução da taxa de juros, defendida irracionalmente pelo presidente do BC, Roberto Campos. A economia, como todos sabemos, depende de um ciclo delicado de expectativas, que abarca muitos atores diferentes: desde o governo, o mercado e as instituições bancárias, a indústria, o comércio e os consumidores. Todos estão interligados pelas cadeias de produção e consumo, como se fossem uma fileira de dominós. Ocorre que, com a taxa de juros nas alturas, para ser mais exato a maior taxa de juros do mundo, ninguém quer se arriscar a empurrar o primeiro dominó da fila para que a economia finalmente deslanche, o que beneficiaria a toda sociedade.
Com isso, fica a pergunta: a quem interessa a manutenção da Taxa Selic, hoje a 13,75% ao ano? A quem quer consumir, não. A quem quer investir, muito menos. Portanto, é imprescindível que o Banco Central ouça e atenda os interesses da população brasileira e pare de atuar de maneira irresponsável na condução da economia do país. A autonomia concedida a autoridade monetária não deve se sobrepor a legitimidade da eleição que conduziu Lula ao seu terceiro mandato de presidente da república, eleito por 59.563.912 de eleitores, e conferiu a ele a responsabilidade pelas grandes questões nacionais. Campos Neto, por outro lado, possui legitimidade frágil. Foi indicado pelo antigo governo, que realizou uma péssima gestão, tanto econômica, quando política e sanitária. Chega de juros exorbitantes! A dona de casa, o dono da padaria, a trabalhadora rural, o industrial e toda cadeia produtiva do país, agradecem.
Vicente de Paulo da Silva, Vicentinho (PT, é deputado federal