A indústria de transformação registrou alta de 0,5% no emprego industrial em janeiro de 2023, na comparação com o último mês do ano passado. O crescimento ocorre após cinco meses de estabilidade. Em relação a janeiro de 2022, o avanço foi de 1,0%. De acordo com a Pesquisa Indicadores Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor apresentou bom desempenho também na massa salarial, que avançou pelo terceiro mês consecutivo. A alta foi de 1,5% na comparação com dezembro.
O levantamento mostra que entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, a massa salarial cresceu 3,8%. Em relação a janeiro do ano passado, o crescimento chega a 7,8%. A economista da CNI Larissa Nocko explica que, ao longo de 2022, o emprego industrial apresentou uma série de avanços.
“Nesse mês de janeiro de 2023, o emprego apresentou um novo avanço. Isso veio associado também ao número de horas trabalhadas na produção que apresentou um avanço em janeiro. Ainda que tenha apresentado alguns recuos no final do ano passado, esse indicador já apresenta o terceiro mês consecutivo de avanço, então isso mostra um certo nível de aquecimento da atividade industrial”, pontua.
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Segundo a pesquisa, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,5% em janeiro, em comparação aos níveis de dezembro, e 3,2% em relação ao mesmo mês de 2022. No acumulado de novembro do ano passado a janeiro de 2023, o indicador apresenta alta de 1,7%, mas ainda não se recuperou da queda de 2,5% registrada em setembro e outubro.
Por outro lado, o faturamento real da indústria de transformação começou o ano com recuo de 0,9% em relação a dezembro e marcou o quinto mês consecutivo de quedas. Na comparação com janeiro de 2022, a queda no faturamento foi de 1,1%. Larissa Nocko comenta o resultado.
“Mesmo na comparação com janeiro do ano passado, o faturamento apresentou recuo. Isso mostra um comportamento de certa cautela por parte do empresário. Em linhas gerais, a indústria de transformação apresentou uma posição melhor nesse início de 2023 na comparação com os indicadores de janeiro de 2022”, ressalta.
Já o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria recuou 0,3% no primeiro mês do ano. No entanto, de acordo com a pesquisa, o indicador acumulou crescimento de 3,0% nos últimos dois meses de 2022 e apresenta alta de 6,6% quando comparado a janeiro do ano anterior, como explica a economista.
“Vale destacar também que outros indicadores relacionados ao mercado de trabalho, como a massa salarial e o rendimento médio do trabalhador, vinham de uma série de altas ao longo de 2022, então isso também contribui para um cenário mais favorável do mercado de trabalho que se consolidou ao longo do ano passado”, afirma Larissa Nocko.
A Pesquisa Indicadores Industriais mostra ainda que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve estável e começou o ano em 79,7%.
Indústria de Transformação
A CNI define a indústria de transformação como “um segmento de indústria que realiza a transformação de matéria-prima em um produto final ou intermediário que vai ser novamente modificado por outra indústria. Os materiais, substâncias e componentes usados por essas indústrias são provenientes de produção agrícola, mineração, pesca, extração florestal e produtos de outras atividades industriais”.
O segmento é responsável por 12,9% do Produto Interno Bruto (PIB), 14,9% dos empregos formais e responde por 48,8% das exportações de bens e serviços.