Família (III) – Sociedade Horizontal

 

A mudança social consequente da globalização atinge em cheio a educação dos filhos. Por nascerem numa sociedade plural, com múltiplas opções, e cuja verticalização de antes perde terreno para um mundo horizontal, antigas receitas não tocam os jovens como na educação que recebemos.

Essa nova conformação social representa uma enorme responsabilidade nossa em construí-la. Erraremos muito, mas exatamente nesses erros algo novo pode surgir, sair da repetição e entrar na criação. Urge que o mundo seja reinventado cotidianamente, especialmente com mudanças de tamanha envergadura. E nessa tarefa os jovens estão à nossa frente. Por não terem a referência da sociedade onde havia uma única moral, o certo e o errado, cresce e se desenvolve nessa nova conformação. Sua mente está mais bem preparada para a surpresa e novidade, assim como para a criação.

Isso é um salto qualitativo que estamos dando (e que seus resultados dependerão da ação coletiva).

Mas a globalização não foi a única responsável por tantas mudanças. A queda da função paterna abriu possibilidades para a família se organizar de diversas outras formas. O laço social não tem no pai a referência maior tal como antes. Não que inexista a lei. Ela sempre foi introduzida na criança pela fala da mãe: ‘vou chamar seu pai’, ‘espere seu pai chegar’, etc. Uma nova ordem está posta.

 

 

As abelhas domésticas avisam às suas companheiras que encontraram uma fonte de alimento, dançando. E para cada informação, há um passo diferente.

 

 

Estou divorciada há três anos após 16 de casada, ele mentia e bebia muito. Agora sempre desconfio de segundas intenções dos homens, depois me arrependo. Quero me envolver, mas não deixo a coisa fluir. Conheci uma pessoa do virtual pessoalmente só uma vez. Foi muito bom, mantemos contato por WhatsApp, já cobrei por que ele não me liga, já fiz cena por estar de bate-papo num site, e o clima já está pesado. Como melhorar esse ciúme e insegurança? Não encontro alguém que seja leal, honesto e sincero tal como sou. Será isso que me atrapalha?

Solange.

 

Antes de tudo é preciso considerar que essa diferença na escala de valores entre as pessoas sempre existirá. Por mais que alguém se aproxime de seu jeito, algo vai ser diferente, e lidar com isso denota a maturidade de ambos. Mas se sua expectativa é achar um idêntico ou quase isso, sempre se frustrará.

Outro ponto é sua experiência com seu ex-marido, que lhe marcou negativamente. Apesar de compreensível, reage trabalhando contra você mesma. Para se ganhar confiança com outras pessoas é preciso antes dotar-se da convicção de estar confiante. Tudo que é verdadeiro e autêntico, antes acontece internamente em nós.

Seus princípios de vida e na intensidade que os vive não podem se impor ao outro. Para que possa obter de alguém o que espera é preciso deixar que a pessoa se mostre, se apresente. Depois decidir se é aquela pessoa ou não. Ninguém muda ninguém.

 

 

 

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