Qual o significado da transfiguração de Jesus Cristo no monte Tabor?

Alvaro Vargas

 

A transfiguração de Jesus no monte Tabor foi relatada por três evangelistas (Mateus,17:1-13; Marcos, 9:2-13 e Lucas:9, 28-36). Intrigante é que João, presente nesse evento, não o tenha citado em seu Evangelho. Entretanto,embora não tenha descrito em detalhes, fora mencionado por Pedro, uma testemunha ocular desse acontecimento(2 Pedro 1:17-19).Conforme os apóstolos, dias antes de seguir para a Judeia, Jesus convidou Pedro e os irmãos Tiago e João para orarem no monte Tabor. Chegando ao local, como estavam cansados,os apóstolos adormeceram e foram despertos pela cena inusitada deJesus se apresentandotransfiguradoe com o corporesplandecente, tendo ao seu lado dois antigos profetas hebreus,Moisés e Elias, que viveram em 1500 a.C. e 900 a.C., respectivamente. Segundo Allan Kardec (O Livro dos Médiuns, item 122-123), a transfiguração de Jesus consistiu na modificação do aspecto de seu corpo físico e a sua luz foi uma irradiação fluídica do seu perispírito.

O diálogo que Jesus estabeleceu com esses espíritos serviu para reafirmar a necessidade de mantermos em bases sérias a comunicação com os “mortos”. Proibida por Moisésquanto a utilização era por razões frívolas (Levítico, 19:31; Deuteronômio, 18:11), ele como médium, mantinha constanteintercâmbio com o mundo invisível. O brilho da luz de Jesus demonstrou a sua superioridade espiritual em relação aos dois profetas consagrados pelo judaísmo.Elias havia reencarnado como João Batista (Mateus, 11:14), executado a mando rei Herodes (Mateus, 6:14-29), poucos meses após o início do messianato de Jesus, cumprindo a profecia de sua volta antes da vinda do Messias: “Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor” (Malaquias, 4:5). A materialização dos espíritos de Moisés e Eliasao lado de Jesus, pode ser interpretada como mais uma confirmação de que o Mestre nazareno era de fato o Messias esperado (Isaías, 52:13-53:12). A aparição de João Batista como o profeta Elias ocorreu pela sua vontade de apresentar-se dessa forma, já que possui, pelo seu nível evolutivo, a habilidade de moldar o seu corpo espiritual conforme a sua vontade. No término desse encontro de Jesus com os dois espíritos materializados, ocorreu um fenômeno de voz direta vindo das esferas espirituais superiores: “Este é o meu Filho amado: ouvi-o!” (Mateus, 17:1-9); uma clara indicação de que Jesus é o nosso irmão maior, modelo e guia da humanidade.

Conforme o espírito Yvonne Pereira (NEVES, W. Encontros com Jesus, cap. 14), esse episódio foi muito importante, servindo para o Mestre nazareno avaliar a divulgação da Boa-nova na Galileia, e o início de sua jornada na Judeia, em outubro de 32 d.C., que culminaria com a tragédia do Gólgota em Jerusalém, no mês de abril do ano 33 d.C. Com a sua visão de futuro, Jesus relacionou os episódios que ocorreriam desde a sua prisão e martírio; a traição de Judas e as suas reencarnações expiatórias até redimir-se; as duas Grandes Guerras Mundiais que adviriam como necessárias ao carma coletivo dos hebreus e romanos; a importância do surgimento de um povo alegre no hemisfério sul do planeta, sem raça definida, devido àmiscigenação de diferentes etnias, onde seria uma região também reservada para os futuros habitantes do hemisfério norte, cansados dos conflitos de diversas ordens.

Analisando a transfiguração de Jesus, o espírito Emanuel (XAVIER, F. C. Consolador, q. 310), cita que “todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência, no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germes lhe dormitam no coração.”

Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

 

 

3 comentários em “Qual o significado da transfiguração de Jesus Cristo no monte Tabor?”

  1. Deuteronômio 18, 9-12. Práticas abominaveis perante Deus, adivinhações, previsões, magia, feitiçaria, consultas a espíritos ou invocações aos mortos. Não fique em dúvida, apenas não acredite. Deus lhe abençoe.

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