Até quando refutaremos Jesus e a sua doutrina?

Alvaro Vargas

 

“Logo no início da divulgação de sua Boa-nova, durante um culto na sinagoga em Nazaré, Jesus se revelou como o Messias para a comunidade judaica, após ler uma profecia de Isaías. Entretanto, os judeus não o aceitaram e tentaram matá-lo.” (Lucas 4:14-44). Com base nesse acontecimento, ele mencionou: “um profeta só não é honrado em sua terra e na sua casa.” (Mateus, 13: 54). Isso levou Jesus a mudar-se definitivamente para Cafarnaum, onde formou o seu colegiado galileu. Embora tenha habitado Nazaré a maior parte de sua vida, segundo os apóstolos, “Jesus não realizou muitos milagres naquele local, devido à incredulidade de sua população.” (Mateus, 13:58).
“Jesus convivia com Deus e foi ele quem construiu o planeta Terra.” (João, 1:1-18). De acordo com Allan Kardec (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, item I), “as orientações de Jesus constituem uma regra de procedimento que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura”. O espírito Eurípides Barsanulfo, cita que “Jesus deve ser considerado, por todos nós, como sendo o excelso médium de Deus.” (Eurípedes, o homem e a missão, cap. 11, Corina Novelino). Independentemente de ser um espírito puro, o Mestre nazareno não escapou das críticas e perseguições de uma sociedade moralmente atrasada e incapaz de compreender a sua mensagem edificante. Os moradores de Nazaré o conheciam assim com a sua família, desde a sua infância, e surpreenderam-se, quando ele se apresentou como o Messias. Nem mesmo os seus familiares conseguiram compreendê-lo, pois, “os seus irmãos, consideravam que ele havia perdido o juízo”. (Marcos, 3:21). Jesus desejava implantar a Boa-nova na Palestina, pois na época, os judeus eram os mais eletivos para reconhecê-lo e compreender a sua mensagem. Entretanto, além de não ter sido reconhecido pela maior parte da população, foi martirizado.
A reencarnação de Jesus na Terra foi um projeto delineado há milênios, e teve início antes de Moisés libertar os hebreus do regime de servidão no Egito. Esse profeta estabeleceu o monoteísmo e os X Mandamentos, recebidos mediunicamente no monte Sinai, preparando o povo judeu para o nascimento do Messias. Mas o orgulho e a ambição os perderam. Dentre todos os povos dominados pelo império romano, foi o que mais sofreu. Após o martírio do Calvário, revoltaram-se contra Cesar, o que provocou uma retaliação do imperador, custando-lhes a destruição de Jerusalém, e a expulsão da Palestina. Devemos compreender que, visando cristianizar o mundo, Jesus utiliza as melhores possibilidades de trabalho que cada agrupamento humano possa oferecer. Não existe um povo privilegiado em detrimento de outros. Foi assim com os judeus. A Europa, devido ao seu avanço intelectual e tecnológico, foi escolhida para recebê-lo novamente na Terra. Cumprindo a sua profecia, de que voltaria e traria o Consolador (João, 14:16-17), apresentou-se como o Espírito da Verdade e legou-nos o Espiritismo, o verdadeiro cristianismo. Entretanto, assim como na Palestina, onde o cristianismo teve uma difusão limitada, a Terceira Revelação não vicejou a contento na Europa, devido ao materialismo e a belicosidade existentes naquela região. Em sua visão de futuro, prevista por Jesus, a nossa nação foi preparada para essa tarefa (Brasil, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, Humberto de Campos e Chico Xavier). Realmente, o Espiritismo, aqui se difundiu como em nenhum outro lugar no mundo. Compete-nos, porém, ter consciência de que reconhecer Jesus através do cristianismo redivivo é relativamente fácil. Entretanto, a sua aceitação, de fato, só se verificará na vivência integral dos seus ensinamentos.
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Alvaro Vargas, engenheiro agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita

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