Alvaro Vargas
A causa das guerras está associada ao egoísmo e a belicosidade humana. Devido à ambição destituída de escrúpulos, o homem tem gerado muitos conflitos bélicos ao longo dos séculos. De acordo com historiadores, após a Primeira Guerra Mundial, foi verificado um número elevado de mortes no último dia de combate. O acordo de paz, assinado em 11/10/1918, às 5:00h da manhã, estabeleceu o fim das hostilidades às 11:00h, e a Alemanha comprometeu-se em recuar as suas tropas para as fronteiras originais. Entretanto, as forças aliadas optaram por manter os conflitos durante às seis horas que se seguiram, resultando em 10.900 combatentes (de ambos os lados), feridos, mortos ou desaparecidos em ação. Foi uma decisão insensata, pois os soldados alemães deixariam a região após o horário estabelecido. O que motivou esse embate desnecessário foi a ilusão por honras e glórias. Lamentavelmente, essa falta de bom senso e ferocidade ainda persistem entre os homens.
Adolf Hitler, com seus sonhos megalomaníacos de expandir o território alemão, provocou a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), causando a destruição das principais cidades europeias e a perda de 80 milhões de vidas humanas. Em outubro de 1962, ocorreu um incidente diplomático entre os Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), devido à intenção da URSS em armar Cuba com mísseis nucleares. Foi um período tenso durante a Guerra Fria, onde existiu a possibilidade de uma guerra nuclear. A origem desse problema foi o posicionamento de mísseis americanos na Turquia, perto de fronteira com a URSS, levando-a a retaliar os EUA. O impasse foi resolvido pela retirada dos mísseis da Turquia e a URSS não entregando as armas nucleares a Cuba. A preocupação da Rússia com as suas fronteiras está relacionada com a sua história. O país foi invadido por diversas vezes, criando um sentimento nacional contra essa possibilidade. Atualmente, vivenciamos uma nova crise, com a possibilidade de invasão da Ucrânia pela Rússia. O motivo é a pretensão da Ucrânia, nação fronteiriça, em alinhar-se militarmente aos EUA. Isso seria um problema de fácil solução, caso não persistisse a insensatez entre partes envolvidas, similarmente à origem das guerras que já ocorreram.
Podemos evitar um conflito mundial, e as religiões cristãs poderiam colaborar efetivamente nesse sentido. A Boa-nova de Jesus estabeleceu um roteiro para a paz e harmonia entre os povos. Mas a essência dessa doutrina permanece encoberta pelos rituais e dogmas teológicos criados após a romanização do cristianismo, que adotou as práticas pagãs do império romano. Como consequência, a nossa ciência progrediu, conseguindo mapear o genoma humano e explorar o cosmos, mas permanecemos insensíveis à dor alheia. Nos tornamos mais eficientes nos morticínios, com bombas inteligentes e artefatos nucleares de destruição em massa, contudo, não conquistamos a paz espiritual que tanto aspiramos. Felizmente, devido ao seu imenso amor por nós, Jesus retornou no século passado e, como o Espírito da Verdade, nos trouxe o Consolador (João, 14:15 a 17), o Espiritismo. Estabeleceu a fé raciocinada, pois, apoiada pela ciência, esclarece que somos espíritos eternos, evoluindo através das reencarnações. O nosso corpo físico é apenas uma roupagem provisória, que muda conforme o local destinado à tarefa programada. Isso elimina as discriminações étnicas entre os povos e as ilusões sobre as conquistas materiais. Possibilita compreender a justiça divina, pela explicação da lei de causa e efeito, segundo a qual, somos herdeiros de nossas próprias ações. Deus é amor, e não castiga o pecador, antes, possibilita-o ressarcir os seus equívocos através das reencarnações. Quando o mundo conhecer de fato o Espiritismo, reinará a paz tão almejada por todos aqueles que estão à direita do Cristo.
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Alvaro Vargas, Eng. Agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita.