Um pouco da história do Fórum Dr. Francisco Morato (I)

Barjas Negri

 

No início dos anos 1970, a sede do Fórum de Piracicaba, localizado na rua do Rosário esquina com a rua Prudente de Moraes, ao lado da Igreja São Benedito, não comportava todo atendimento de Piracicaba e região, em especial devido aos expressivos crescimentos populacional e industrial da nossa cidade e da economia brasileira denominado “milagre econômico”, bem como das políticas de descentralização industrial do governo estadual.

Muitas lideranças locais se movimentaram para conseguir a aprovação de uma nova sede para o Fórum. Havia uma comissão, que fez uma boa articulação, formada por representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário, da OAB e da Prefeitura. Em 1972, Piracicaba elege o jovem engenheiro civil Adilson Maluf, como prefeito. Ele estimulado por uma entrevista do radialista Nadir Roberto com o presidente do Tribunal de Justiça divulgou a intenção de se construir uma nova sede para o Fórum, mas era necessária a participação da Prefeitura na doação do terreno.

Dado o mote, o prefeito Adilson Maluf providenciou o terreno e articulou com a Câmara Municipal a doação do quadrilátero formado pela avenida Saldanha Marinho e as ruas Bernardino de Campos, Campos Salles e Visconde do Rio Branco, no bairro dos Alemães.

Durante o governo de Paulo Maluf, as obras são iniciadas, mas devido à grande recessão econômica que se inicia no período, que provocou uma severa crise fiscal, as obras ficaram paralisadas, apesar de toda insistência do deputado estadual Jairo Mattos, que representava Piracicaba na Assembleia Legislativa. As obras ficaram muitos anos paradas, até que o novo governador Franco Montoro toma a decisão de criar o programa “Fim do elefante branco”, em alusão a centenas de obras públicas paralisadas ou inconclusas espalhadas pelo Estado: escolas, campos de futebol, ginásios poliesportivos, casas populares, unidades de saúde, fóruns, vicinais e diversas outras.

Por que sei desses detalhes? Na época trabalhava na Secretaria de Economia e Planejamento do Estado, no Palácio dos Bandeirantes, e coordenei boa parte do projeto para concluir obras inacabadas, incluindo o Fórum e o Ceasa de Piracicaba. Na ocasião, trabalharam muito para a retomadas das obras o prefeito Adilson Maluf, os deputados João Herrmann Neto, João Pacheco Chaves e Ary de Camargo Pedroso. E, também, o ex-deputado Francisco Antonio Coelho, presidente do MDB de Piracicaba.

Foi organizada uma reunião com o governador Franco Montoro, da qual participaram vários juízes, promotores e autoridades públicas que lotaram um micro-ônibus. Na comitiva, dois juízes que foram alunos de Montoro no curso de Direito da PUC-SP. Estive presente e acompanhei o diálogo. Decisão tomada, as obras foram retomadas e concluídas em 1988, no segundo mandato do prefeito Adilson Maluf. Em 1974, o diretor do Fórum era o dr. Alfredo Migliori e, em 1998, o dr. Octávio Helene Júnior. Foram 15 anos de trabalho.

A partir daí, os processos no novo Fórum ficaram mais ágeis, a cidade e a região ganharam muito, mas os maiores ganhadores foram os profissionais da área do Direito e também o bairro dos Alemães, que foi valorizado com esse novo empreendimento público no bairro onde sempre morei. Essa história continua na próxima semana (edição do dia 26 de janeiro).

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Barjas Negri, ex-prefeito de Piracicaba

 

 

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