Novo Ano, Pilatos ou Pilates? 

Carlinhos Gonçalves 

 

Um novo ano começou e todos se propuseram iniciá-lo com o pé direito, alguns se vestiram de branco, amarelo e dourado, outros, simplesmente cumprimentaram-se desejando felicidades na nova caminhada. Para uns, será o mesmo que os anos anteriores, para outros a chegada de uma nova consciência para realizar a transformação exterior e interior. Alguns escreveram em agendas, cadernos e meios eletrônicos as suas propostas para a nova vida; outros firmaram sua fé nos livros sagrados, nas religiões, pedindo a força e a disposição para enfrentar os problemas que surgirão no dia-a-dia. Uma coisa é certa, o simbolismo material, tirado da natureza, da fé ou da sociedade humana, é compreensível a todos.

Ao planejar este novo ano, firmei o propósito que não seria como Pilatos, lavando minhas mãos e deixando que o demônio interno da preguiça tomasse conta de meus pensamentos para desviar-me de fazer exercícios físicos necessários para preservar minha saúde. Conscientizei que não vivo mais naqueles tempos que fazia longas caminhadas até o Clube Teixeirada, no Bairro Monte Alegre, ou disposição para explorar a barranca do rio Piracicaba até próximo onde hoje está o Shopping e descer, de boia (câmara de ar de pneu de carro), o nosso rio. Também não existe mais físico, disposição, e idade para, junto com os amigos, entrar no meio do salto do rio Piracicaba e pescar e aproveitar o dia curtindo as delícias da natureza e da beleza que o criador presenteou para a nossa cidade. Era um tempo sem o tempo, sem o perigo do estresse que assombra o homem e a vida moderna. São novos tempos, novos ritmos de vida em um outro corpo mais velho e sem mobilidade e liberdade como era na infância

Somos todos cheios de certeza que somos invencíveis, que não adoecemos, que somos imortais até que uma pandemia, uma dor ou doenças nos assombre.

Hoje decidi não lavar as mãos a exemplo do personagem bíblico e não adiar os cuidados com meu corpo físico e dar a ele o tratamento justo e perfeito que dou ao meu “espirito” com boas leituras, exercícios, e técnicas de meditação e respiração.

Depois de muitas pesquisas, estudos e comparações encontrei no Pilates um método de exercício físico que utiliza o peso do próprio corpo para sua execução. Aprendi que quando todos os músculos estiverem desenvolvidos, você poderá realizar com rotina seus exercícios com mínimo esforço e o máximo de prazer. Uma criação divina onde une a saúde e a disposição da alma. Encantei-me pela técnica desse alemão e ainda mais quando aplicada com maestria e orientação da professora Ohana, em sua clínica de Pilates e Fisioterapia.

Ao criar essas modalidades de exercício, Joseph H. Pilates simplesmente iluminou-se, deve ter sintonizado sua consciência individual com a consciência universal. Como sua discípula, afirma: “o método desenvolve um corpo uniforme, corrige posturas erradas, restaura a vitalidade física, vigora a mente e eleva o espírito”. Por isso, iniciei um novo ano, sem lavar as mãos para meu corpo como Pilatos, porém com Pilates.

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João Carlos Gonçalves, Carlinhos, professor, conferencista, especialista em Marketing Institucional

 

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