Francys Almeida
A pandemia apresentou dados preocupantes de famílias em vulnerabilidade social, e o nosso país retorna ao mapa da fome, após alguns anos de melhoras em indicadores, regredimos pela política do “Só no nosso” de Paulo Guedes, que visa enriquecer ainda mais quem já é rico e endividar os mais pobres.
Em Piracicaba, uma das cidades mais pujantes e próspera do Estado mais rico da federação, é possível ver muitas famílias passando fome e com insegurança alimentar.
Pensando nisso, o líder comunitário Fernando Bozó me lançou um desafio: trabalhar nas comunidades, fazendo o que estiver ao alcance, mas fora do período eleitoral. Pois, segundo ele, muitos só apareciam em época de eleições.
Partindo dessa premissa, criamos o Banco de Alimentos da Comunidade, com objetivo de atender famílias com necessidades, independentemente da classe social, credo e orientação sexual, e temos visto resultados positivos: o coração nos enche de esperança a cada dia.
Nesse período, foram distribuídas mais de 15 toneladas de alimentos, mas, acima de tudo, foi proporcionado esperança, como ouvimos do Fernando Bozó: “Só sabe o que é fome quem já passou, você bebe água mastigando, dói a barriga, mas dói a alma também”.
E acrescenta: “Se incomodam com nosso presente e nos lançam em rosto o passado, por não conseguirem fazer coisas boas, não aceitam quem faça”, explica Fernando Bozó.
Reflexo de uma sociedade escravagista, com raízes no fascismo, e falta de consciência de classe, pautada por um falso moralismo, conservadores de goela, que mantém apenas o ódio, o rancor e as mentiras. Mais fácil isso do que faze o bem?
O sucesso do Banco de Alimentos da Comunidade é reflexo de figuras como a deputada estadual Professora Bebel, do empresário Orman Fortuna, das lideranças religiosas como o reverendo Paulo Roberto Tobias de Souza e muitos outros que entendem que justiça social é parte do caráter humanista de quem pratica. Reafirmo como todos reafirmam: alimentos em período não eleitoral. E é isso que faz esse Banco mais importante do mundo, pois é para eliminar a fome, esta que nos mata de vergonha.
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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário em Piracicaba.