Garapa – Ciaporã: projeto de artes integradas aborda povos indígenas da região

A iniciativa é apoiada pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. foto: Rafael Bitencourt O projeto de pesquisa e artes integradas “Ciaporã: da Casa do Povoador à Lagoa das Almas” segue com a temporada de apresentações presenciais em diferentes pontos turísticos de Piracicaba no mês de novembro.

As performances passarão pela Casa do Povoador, dia 21 de novembro, pelo bairro Monte Alegre, em 27 de novembro e Parque do Mirante, no dia 28 do mesmo mês. A programação ainda prevê o lançamento de uma videodança para o dia 3 de dezembro de 2021 no Espaço Cultural Garapa de Piracicaba.

A iniciativa é apoiada pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, número 14.017/2020, com realização do Governo Federal, Prefeitura de Piracicaba e Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo. A estreia ocorreu em outubro no Espaço Pipa (Associação Síndrome de Down) de Piracicaba.

A performance, que reúne dança, música e vídeo, explora a temática dos povos antigos da região, tendo como ênfase o embate entre o colonizador e o colonizado, e o conceito de “Espírito do Lugar”, de viver às margens do rio que corta a cidade, como representado, também, pelo trabalho de Elias dos Bonecos, figura emblemática da tradição cultural do município.

LUA BONITA – Ciaporã, em guarani, quer dizer “lua bonita”, aquela refletida nas águas. Nome aludido pelo antropólogo urbano, Arlindo Stefani, a uma área da cidade, nos arredores do Engenho Central, que é conhecida como Lagoa das Almas, devido à sua relação sagrada com povos negros escravizados. Ciaporã aparece na realização do diagnóstico de Arlindo para o projeto Beira Rio, em busca do “Espírito do Lugar” e da criação de políticas públicas que levassem em conta esse espírito, o rio e os habitantes da cidade.

O projeto de pesquisa é desenvolvido e idealizado pelas artistas da dança Carolina Moya e Julia Giannetti e surge como forma de dar prosseguimento às pesquisas que deram origem ao projeto “Outras Margens do Rio”, criado pelas mesmas profissionais.

“Essa produção, que partiu do encontro simbólico entre o rio e a cana-de-açúcar, desdobra-se em tornar visível o extermínio de nossa ancestralidade indígena, procurando os rastros dos povos antigos que habitavam essas terras antes da invasão europeia no Brasil”, afirma Carolina Moya, uma das idealizadoras.

“A cadeia de produção da cana-de-açúcar, nesse projeto, mostra-se representada no processo de desmatamento do estado de São Paulo para a monocultura, contribuindo para o apagamento das culturas indígenas e extermínio da população, provocando deslocamentos forçados de grupos indígenas ao escravizá-los para o trabalho”, contextualiza Julia Giannetti.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima