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Roda de conversa promovida na tarde desta quinta-feira (11) pela Escola do Legislativo Antônio Carlos Danelon “Totó Danelon”, da Câmara Municipal de Piracicaba (SP), debateu o tema “Samba de Lenço e Batuque de Umbigada: Preservação, Difusão e Perpetuação desta importante Tradição Cultural Afro-Caipira”. O evento foi online, pela plataforma Zoom, e teve como mediador o jornalista e chefe do Departamento de Comunicação Institucional do Legislativo, Rodrigo Alves. A atividade faz parte do “Mês da Consciência Negra”, desenvolvida pela Escola do Legislativo.
Membro do projeto “Batuque de Umbigada” e doutor em Educação, Antônio Filogênio de Paula Júnior iniciou a live explicando o processo de escravização da África para o Brasil. “Quando falamos em batuque de umbigada e da consolidação das tradições culturais estamos falando do continente africano”. Ele reforça que o conjunto cultural de saberes, além da dança, da música, vestimentas e crenças espirituais “veio para o Brasil por meio dos bantos e sudaneses, esses últimos a partir do século XIX”.
Piracicaba, reflete Júnior, é tradição da cultura caipira e, consequentemente, da presença negra, graças à migração dos negros bantos para o Brasil durante os séculos XVIII e XIX para o “Oeste Paulista”. Piracicaba e Capivari são os únicos municípios paulistas que mantiveram, ininterruptamente, o batuque de umbigada. “Rio Claro, por exemplo, o batuque foi duramente perseguido na década de 1950”.
O samba de lenço que é produzido com um chocalho, tamborim e um tambor – chamado de caixa – sempre dividiu espaços com a viola caipira, a catira e com o cururu. Pode ser cantado de improviso.
A conselheira do Conepir (Conselho de Participação e Movimento da Comunidade Negra de Piracicaba), Ediana Raetano, destaca que as maiores festas de samba de lenço são realizadas no Dia de São João, “mas como veio a pandemia foi tudo desmarcado”. Fizemos algumas atividades por meio de lives”. Ela garante que os encontros serão retomados em 2022.
Piracicabano do bairro Paulicéia, o fundador do grupo “Casa de Batuqueiro” e pesquisador das origens africanas, Vanderlei Bastos, falou sobre as oficinas itinerantes de batuque de umbigada, que abrange “bairros da periferia”. “A partir de 2018 nós profissionalizamos esse trabalho criando a Casa de Batuqueiros Tradições Artísticas”, mas reconhece que o trabalho foi prejudicado por causa da pandemia; “Temos uma preocupação de levar essa tradição dentro do contemporâneo”, complementa.
Graduada em Filosofia, a coordenadora e batuqueira do “Maracatu Baque Caipira”, Natalia Puke, reforçou a necessidade de um “projeto de governo” para o fortalecimento dessas tradições na forma de políticas públicas.
Outras informações sobre as atividades do “Mês da Consciência Negra” podem ser obtidas no escola.camarapiracicaba.sp.gov.br.