Violência (V) – Contra a Mulher 3 – Lei Maria da Penha

Em 2000, durante um trabalho voluntário junto à Delegacia da Mulher (DDM) de Piracicaba, atendendo mulheres vítimas de violência doméstica lembro-me de um dos principais entraves apontados pelo serviço: a desistência por parte da vítima de levar o processo adiante.

Sabendo disso, as profissionais alertavam para um divórcio e se a vítima estaria disposta a enfrentá-lo, o que acaba sendo inevitável. 100% delas respondiam ‘sim’, que queriam se divorciar. Porém, com a morosidade burocrática os ânimos se esfriam, ele promete mudar, e pronto! O casal se acerta e ela retira a queixa. Obviamente isso não representa que as mudanças esperadas ocorreram.

Com ela reconquistada e procurando esquecer a violência, ele retoma seu ‘modus operandi’ agora com novas estratégias de constrangimento, como ameaças de morte, outras atitudes agressivas e tudo se reinicia. Até hoje isso acontece, e as vítimas demoram a amadurecer o rompimento definitivo.

A Lei Maria da Penha aprovada em 2006 impede a retirada da queixa pela vítima, exceto perante o juiz em audiência exclusiva a esse fim. Isso é um avanço, pois todo agressor é sedutor quando a situação é levada ao âmbito jurídico, fazendo com que a mulher acredite que ele mudará conforme promete, mas só piora.

No entanto não nos cabe julgamento na questão, muitas coisas interferem nessa decisão.

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“As pessoas ficam muito loucas quando apaixonadas”. (Sigmund Freud)

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Estou a seis meses buscando um relacionamento em um site, mas até agora nada sério. Sinto-me fracassada por não ter alguém. Tenho grau universitário, dois filhos, muitos amigos, sou atraente, gosto de meu emprego e apesar de estar dando conta dos problemas ultimamente, não me sinto feliz. Quero um companheiro, mas quero ser feliz com minha vida familiar, social, profissional, independente de estar ou não com alguém. Sei que a felicidade não está em ter um relacionamento, mas não é como sinto.

Ana, 43.

 

Ao menos você tem claro o que almeja na vida, e pode tomar atitudes nessa direção. Além disso, tem consciência de que a felicidade é intransferível, só cabendo a cada um buscá-la. Sabe que um relacionamento não é passaporte para a felicidade, apesar de não sentir bem assim.

Você já demonstrou ter alcançado conquistas profissionais, familiares e sociais, mas seu elevado senso de individualidade pode estar sendo seu inimigo.

O sentimento de fracasso pode estar lhe indicando que na vida nem tudo se dá racionalmente. E toda vez que estamos envolvidos amorosamente temos de fazer concessões que inevitavelmente tocam nas áreas que não pretende mexer.

Perde-se de um lado para se ganhar do outro. Sempre há um preço a pagar em nossas escolhas, cabe-lhe descobrir para qual deles seu desejo aponta.

Na vida não é possível ser completo. A falta é constituinte e sempre existirá.

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