Estamos “ferratos”?

Francys Almeida

 

Funcionários públicos da Secretaria da Educação de Piracicaba têm reclamado da desvalorização dos professores da rede, conforme relato:  “Como professora, me sinto uma… desvalorizada, com o congelamento do nosso salário por quatro anos, com a falta de auxiliares nas escolas que compromete o trabalho de toda uma equipe: dois auxiliares numa escola com 20 salas, é impossível desenvolver um trabalho eficiente”.

Os professores que estão na linha de frente ficam suscetíveis à contaminação, relatos de que nossas crianças estão dentro da escola com nariz escorrendo, tosse e sintomas, mas a alegação é que a Covid-19 acabou. Para todos efeitos, tudo é rinite alérgica!

Mas a mais grave de todas as reclamações que tenho é com relação à Merenda Escolar. Temos crianças que ficam na escola das 7h da manhã às 17h30 da tarde e a alimentação está cada vez mais escassa. Pasmem: estão racionando alimentos para crianças.

Primeiro foi tirado o Nescau do leite e isso diminuiu, segundo análise dos cozinheiros, 70% a aceitação pelas crianças, para quem estava acostumado a tomar achocolatado. E tomar leite sem nada!? Atualmente, qual criança —  com 3, 4 ,5, 6 anos — toma apenas leite em casa, sem nada? A maioria faz uso de Nescau ou achocolatado. Mas a redução de despesas na merenda faz isso.

O governo Luciano Almeida cortou a bolacha de maisena — Maizena é marca — e, agora, o pão é intercalado. Vejamos esse relato: “Antes, tínhamos bolacha de maisena e eles amavam tomar leite e comer bolacha. Com a bolacha, era intercalado o pão, isso na hora do café da manhã, às 8h, e às 13h, quando as crianças acordam, ou os parciais chegam. Hoje, tiraram pão e bolacha”. Triste isso!

A palavra de ordem é vitaminado, isto é, bate-se leite com banana. E a maioria das crianças recusa. Pelo jeito, não é do sabor delas em geral.

Mas não para por aqui: após o almoço, servido às 10:30, vem a janta, por volta das 15 horas. E, numa temperatura de 37 graus Celsius,  é sopa bem quentinha. Faz sentido: calor e sopa quente, para crianças?

Chegam a ser desumanas as melhorias feitas pela gestão anterior da Educação. Estão sendo desfeitas. Saiu o secretário o retrocesso começou, pois a chegada de José Marcos Thomaziello trouxe uma luz no fim do túnel, para a rede. Mas, ao que parece, nada melhorou.

Estão avaliando não contar esse período de pandemia na aposentadoria dos servidores públicos de Piracicaba. Até quando vão sofrer iguais a cordeiro ao matadouro? Caladinhos e submissos?

O cenário da Educação em Piracicaba segue para o caos. Além da burocracia: papéis, formulários, diários, planejamentos perfeitos, que não são colocados em prática. A estrutura das escolas precárias, brinquedos antigos, profissionais desmotivados, chegando muitos à depressão, com ansiedade, e vendo crianças sofrendo.

Esse é o governo que “quebrou o sistema”?

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Francys Almeida, bacharel em Direito, síndico profissional, militante partidário (PCdoB) em Piracicaba

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