A deputada estadual Professora Bebel (PT) promoveu, na noite de sexta (17), sessão solene na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para homenagear a história e o legado do patrono da educação brasileira, Paulo Freire. A sessão foi no Plenário Juscelino Kubitschek e contou com a participação de José Eustáquio Romão, do Instituto Paulo Freire; do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que participou de forma online, assim como o teólogo Leonardo Boff; Douglas Izzo, da CUT São Paulo; Professor Palma; Juliana do MST; Tainá, presidente da UEE; Lígia, da juventude do PT; João Marcos, da Afuse; Roberto Guido, da Apeoesp, e Cleonice Ribeiro, presidenta do SindSaúde, entre outras lideranças, que foram homenageados pela participação na sessão que marcou o centenário de nascimento de Paulo Freire.
Para a deputada Professora Bebel, em tempos em que a educação é deixada de lado pelos nossos governantes, “é preciso exaltar a importância de Freire, um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial. Paulo Freire esteve à frente de políticas como o Programa Nacional de Alfabetização e a Educação de Jovens e Adultos, além de influenciar o movimento denominado pedagogia crítica”, ressalta.
Bebel ressaltou que homenagear Paulo Freire significa homenagear o que o povo brasileiro tem de melhor. “Significa celebrar a esperança em um país melhor, mais justo, no qual a educação e a cultura sejam o fio que tece a formação da cidadania e a construção de um futuro no qual cada pessoa possa viver com dignidade, desenvolvendo todo o seu potencial”, enfatizou, ressaltando que ele nasceu em Recife, em 19 de setembro de 1921, e construiu uma trajetória de amor ao ser humano. Até sua morte, em 2 de maio de 1997, na cidade de São Paulo, ele foi um humanista militante e sua enorme contribuição para a educação e a cultura ultrapassaram fronteiras e são uma referência mundial.
Paulo Freire recebeu pelos menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa em universidades da Europa e América. Entre tantas outras distinções, recebeu o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz, em 1986. Sua obra mais conhecida,” Pedagogia do Oprimido”, foi traduzida em mais de 30 línguas e expressa uma concepção que verdadeiramente revolucionou pedagogia mundial.
A parlamentar destacou que por suas ideias, pela sua ação pedagógica e política, porque para ele tudo é política e a própria neutralidade é um posicionamento político, foi perseguido pela ditadura militar, preso e exilado de 1964 a 1985, período no qual, entre tantas outras atividades, trabalhou no Instituto Chileno para a Reforma Agrária, lecionou na Universidade de Harvard (Estados Unidos), foi consultor do Conselho Mundial das Igrejas em Genebra (Suíça) e deu consultoria a governos de diversos países, sobretudo no continente africano. Foi também o período em que escreveu “Pedagogia do Oprimido”. “Mesmo 24 anos após sua morte, Paulo Freire continua sendo alvo do ódio e da intolerância de uma direita obscurantista que insiste em conduzir o país para a rota da ignorância e do atraso. Mas nós estamos aqui para defender o seu legado e continuar a sua obra, até a total emancipação do povo brasileiro, a quem ele dedicou toda a sua vida”, enfatizou.