Linkado com: Décio Rasera no Dia do Psicólogo

Foto: Divulgação

Em homenagem ao Dia do Psicólogo – comemorado em 27 de agosto – O Canal da Lili traz nesta edição um pouco o sobre o profissional da área da saúde que é responsável por estudar e orientar o comportamento humano, que lida com os sentimentos, traumas e crises das pessoas. E o entrevistado é Décio Esmael Rasera, psicólogo e hipnoterapeuta, graduado e licenciado em psicologia desde 1994, pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Décio Rasera tem titulações como hipnoterapeuta pelo Instituto de Hipnoterapia Educativa, desde 2003; como psicoterapeuta e hipnoterapeuta Ericksoniano pelo Instituto Milton H. Erickson de São Paulo, desde 2005, entre outros cursos de hipnose. Veja a entrevista:
Qual a importância da psicologia para o indivíduo e para a sociedade?
A atuação da psicologia na sociedade moderna ocorre em diversas vertentes tais como: psicologia social (estuda e trabalha como a pessoa é influenciada e interage com o meio, como também os comportamentos sociais, medo coletivo, comportamento de manada, etc.); psicologia do trabalho (seleção e contratação, satisfação com a tarefa laboral, estresse do trabalho, etc.); psicologia hospitalar, voltada ao paciente internado, em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), pacientes com doenças crônicas, etc. Em nossos dias, a psicologia assume fator fundamental no apoio às pessoas que sofreram grandes catástrofes, como queda de avião em que todos morreram, vai atuar com a perda traumática dos familiares próximos, a tragédia de Brumadinho, por exemplo. Enfim, a psicologia atua tanto no plano individual (psicologia clínica), como no campo social.
Existe um consenso de que todas as pessoas deveriam fazer terapia. É isso mesmo e com qual frequência isso deveria ser feito?
A psicoterapia traz à tona as questões da pessoa. Portanto, é bastante proveitoso que se faça terapia. O psicoterapeuta tem uma escuta técnica, assim suas intervenções visam, principalmente, trazer à pessoa uma conscientização daquilo que está submerso em seu eu, propiciando a mudança para comportamentos desejáveis. Geralmente, o indivíduo busca a psicoterapia em momentos críticos de suas vidas. Por exemplo: crise afetiva, crise no trabalho, medos, depressão, ansiedade, dificuldade de adaptação, etc. A psicoterapia ajuda bastante a pessoa a encontrar-se. A máxima, “Homem conhece-te a ti mesmo”, obtém um eco decisivo na psicoterapia. Normalmente, a psicoterapia é um processo dialético onde se caminha entre as ideias, as experiências e as perplexidades da pessoa, propiciando um resgate de seus recursos naturais, que por vezes, estão bloqueados ou inibidos. Quanto à frequência, número de sessões, isso é variável, depende do tipo de problema, idade da pessoa, etc. Imaginemos alguém que já fez psicoterapia e retorna porque está enfrentando uma nova questão, por exemplo, uma crise no casamento. Bem, diferente de um rapazinho, que é tímido e não consegue “arrumar uma namorada”, que por sua vez difere da mulher que acabou de se divorciar e se sente “perdida”. Assim, seria imprudente dizermos que “tantas sessões resolvem qualquer problema”.
Com a pandemia, o isolamento social e o luto coletivo os problemas se potencializaram. Aumentou a demanda por terapia?
Na pandemia que estamos a passar, existem vários momentos. Logo no início a maioria se isolou. Havia poucos carros circulando, consultas foram desmarcadas, as pessoas não podiam mais exercer sua religiosidade, como: participar de cultos, missas, reuniões, etc. Os profissionais, por exemplo, que trabalhavam nas casas de repouso da terceira idade se viram em polvorosa. Até a visita de parentes tiveram que ser suspensas. Quadro bem diferente do atual, onde a mobilidade urbana está se normalizando. Se há o aspecto social da pandemia também há o individual. Cerimônias de casamentos tiveram que ser adiadas, projetos pessoais foram suspensos, negócios faliram… A troca de um simples abraço entre as pessoas passou a ser um fator de risco. O rosto, o qual é a nossa identidade social maior, passou a ser coberto pela máscara. O convívio social tornou-se um fator de risco. Aulas suspensas. Tempo de confinamento. No consultório, as questões principais foram lidar com o medo, a ansiedade e o inesperado. Pacientes que vieram por causa de sequelas da Covid, por exemplo: “acordei e olhei para o travesseiro e tinha um monte de cabelo, fui escovar e caía cabelo… perdi o paladar”; “não posso mais visitar minha mãe”; “não pude ir ao enterro de meu melhor amigo”. Enfim, além do aspecto fisiológico, ou seja, a doença em si e suas sequelas, tivemos inegáveis abalos emocionais. Empresários cujo estresse foi ao pico: “estou demitindo, primeiro aqueles que não têm família para sustentar, e eu não sei até quando vai dar para prosseguir com a empresa, tudo está desmoronando, não há mais pedidos”. Em suma: a pandemia trouxe para o palco da vida duas questões das mais difíceis de lidar: as perdas e a morte.
SERVIÇO

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