Linkado com: secretária Nancy Thame na agricultura e abastecimento

Foto: Leandro Trajano

Mesmo diante de todos os problemas causados pela pandemia de Covid-19, que impôs ao mundo a adoção de medidas sanitárias restritivas para controle da contaminação do novo coronavírus, o agronegócio continuou a crescer, assim como a importância dos produtores, principalmente os médios e pequenos na sociedade brasileira. E para falar um pouco sobre esse cenário – 25 de julho é o Dia do Agricultor Familiar – O Canal da Lili está Linkado com Nancy Thame na agricultura e no abastecimento. Titular da Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento), Nancy Ferruzzi Thame, 62 anos, é formada em engenharia agronômica em 1982 pela Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e em direito em 1993, pela Instituição Toledo de Ensino. Casada com o ex-prefeito e deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame há 25 anos, Nancy é mãe da Natália, 38 anos, do Gustavo, 34anos, e da Sofia, 23. A responsável pela agricultura e pelo abastecimento de Piracicaba também é avó da Gabi, de 4 anos. Confira a entrevista:

Quais os principais desafios enfrentados ao assumir a Secretaria em plena pandemia de Covid-19?

A princípio tudo parte de um diagnóstico, tanto da Secretaria, quanto da situação do setor agropecuário local. Neste sentido, foi feito um trabalho intenso para o levantamento da infraestrutura física, recursos humanos e programas existentes, além das instituições do setor, dados sobre produtores e produção local, entendimento sobre o circuito do alimento local e de programas potenciais para o nosso município. Sendo assim, podemos apontar como desafios a requalificação e regulamentação dos programas existentes; a inserção de novos programas com potencial e em parceria com outras instituições; a inserção da Sema em programas estaduais e federais para obtenção de recursos; a criação de novos programas municipais e regionais e reavaliação do orçamento; a interlocução com a Câmara Municipal de Piracicaba, no que diz respeito aos reais objetivos da Secretaria; buscar parcerias e diálogos com instituições e empresas afins, e a implementação do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável. Além disso, há os desafios internos da secretaria, como a atualização do quadro de funcionários, tanto quantitativo, como na qualificação e atualização; a reestruturação física, humana, financeira e organizacional da secretaria; a obtenção de dados; o estudo do organograma da secretaria e dar mais visibilidade às ações realizadas.

Apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, o agronegócio tem sido um dos setores que mais se destacam na economia. Isso se aplica também aos pequenos e médios produtores rurais locais?

Não há dúvida a respeito da força do agronegócio, de forma bem abrangente. A pandemia adiciona claramente o olhar para a economia local, que traz a força dos pequenos e médios produtores, fortalecendo a economia circular e local, incluindo a agricultura urbana e periurbana. A Sema está colocando esforços para o fortalecimento e implementação de projetos que valorizam e oferecem mais oportunidades aos produtores rurais, com apoio principal à agricultura familiar e às organizações, como associações e cooperativas. Precisamos produzir e fechar uma cadeia dentro do município, há espaço para isto. Hoje, só produzimos 9% do que consumimos nas nossas refeições. Estamos comprometidos com a implantação da “Política de Desenvolvimento Rural Sustentável, Segurança Alimentar e Nutricional”, recentemente incluída no Plano Diretor de Piracicaba e que traz a economia circular unindo a agricultura tradicional, periurbana e urbana. O principal papel da Sema está na estruturação dos projetos de forma conjunta e criação e mobilização das políticas públicas.

Em 25 de julho celebra-se o Dia do Agricultor Familiar. Em Piracicaba há predomínio de agricultores familiares? Há cooperativas de incentivo a esses produtores?

Piracicaba tem 2.322 propriedades rurais (Sicar, 2020), destas 1.832 são pequenas, ou seja, menores que 40 hectares. Dados apontam que destas, 309 são de agricultura familiar. É um número expressivo, que tende a aumentar. Temos presenciado muitas famílias buscando novos espaços para a produção de alimentos no município, que estão se deslocando para a área rural, para pequenas propriedades. Existem cooperativas de agricultura familiar que têm se destacado, como a Coophort e a Coopymais. Hoje, estão bastante presentes nos nossos programas de abastecimento, como o dos Varejões Municipais, no Comder (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural), e temos trabalhado conjuntamente para abrir novas frentes, como a ampliação da participação nas compras públicas, no trabalho com o alimento artesanal, entre outros.

Em relação às políticas públicas de segurança alimentar, qual programa mais relevante da Sema e como é desenvolvido?

O alinhamento dos programas da Sema ao Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável orienta os trabalhos da Secretaria na direção da segurança alimentar e nutricional e da soberania alimentar. O apoio à agricultura familiar e o seu desenvolvimento regional em prol da produção local promove o acesso a alimentos de maior qualidade à população, garantindo uma alimentação adequada e saudável. Além disso, fortalece a economia local e gera trabalho e renda, aspectos complementares à garantia da segurança alimentar da população. Os programas como os de agricultura urbana e periurbana, compras públicas, varejões e feiras livres, patrulha agrícola, entre outros, são relevantes nesse sentido.

“Vacina no braço e comida no prato” tem sido uma Hashtag bastante usada nas redes sociais. No pós-pandemia, a comida no prato será mais farta?

Temos a oportunidade de nos organizarmos com o fortalecimento da produção de alimentos em cadeias mais curtas, dentro do município e região. Se canalizarmos nossos esforços neste sentido, com certeza teremos mais alimentos de qualidade disponíveis, com menores preços ao consumidor e com o aumento na geração de renda aos agricultores e terceiros, pois a economia local torna-se mais forte. É fundamental integrar o abastecimento alimentar do município, que abrange, por exemplo, os varejões municipais, compondo o ciclo de atividades que vão da produção à mesa do cidadão.

SERVIÇO

Redes sociais: Instagram da Sema – @sema.piracicaba; Facebook: @nancythamee (https://www.facebook.com/nancythamee) e Instagram: @nancy.thame .

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