A ginasta piracicabana Nicole Pircio Nunes Duarte foi convocada, na última quinta (8), pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) para integrar o conjunto que vai representar o Brasil na ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que começam no dia 23 de julho. Nicole terá como companheiras Beatriz Linhares, Deborah Medrado, Geovanna Santos e Maria Eduarda Arakaki – o grupo foi convocado pela treinadora Camila Ferezin e, diferente de competições como a Copa do Mundo, não é permitida a inscrição de reserva para a disputa olímpica.
“Vários critérios foram levados em consideração para que chegássemos a esses cinco nomes. Graças ao trabalho desempenhado, tínhamos muitas meninas com condições, e isso é muito positivo. Para fecharmos o grupo levamos em conta quem fazia melhor as duas séries, já que não será mais suficiente ter bom desempenho em uma coreografia apenas. Fizemos vários testes, mudamos posições, ajustamos e essa composição foi a que melhor se adaptou ao que precisávamos”, afirmou a treinadora ao site da CBG. Antes dos Jogos Olímpicos, o conjunto deve participar do Grand Prix de Israel, nos dias 16 e 17 deste mês.
Nicole, que completará 19 anos um dia depois da abertura dos Jogos, é a primeira representante de Piracicaba na história da seleção brasileira adulta de ginástica rítmica. No esporte desde que tinha 10 anos, a atleta começou no Colégio Tales de Mileto, mas logo passou a integrar a equipe mantida pelo Programa Desporto de Base (PDB), oferecido pela Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam). Foram três temporadas ao lado das professoras Helena Macchi e Mariana Winterstein. Além de despertar a paixão pela modalidade, Nicole aprendeu em Piracicaba os fundamentos básicos da ginástica rítmica.
O bom desempenho rendeu a ela o convite da técnica Virgínia Nobre para treinar, em 2016, na Unopar (Universidade do Norte do Paraná). Dois anos mais tarde, a ginasta disputou o Campeonato Brasileiro e foi observada por Camila Ferezin, treinadora da seleção brasileira, que a chamou para participar de uma seletiva para a equipe nacional. “Em casa, eu sempre tentava imitar o que via na TV. Na escola, me disseram que eu tinha talento. Em Piracicaba me apaixonei pela ginástica e em Londrina comecei a treinar em alto nível. A minha base foi muito importante. Sem ela, eu não teria chegado à seleção brasileira”, disse Nicole, em entrevista concedida em 2018 ao site Líder Esportes.
Em Tóquio, o Brasil tentará alcançar a final olímpica pela terceira vez na ginástica rítmica. O conjunto ficou entre os oito melhores do mundo em Sydney (2000) e Atenas (2004).