Para a presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), deputada estadual Professora Bebel (PT), o secretário estadual da Educação, Rossielli Soares, continua com sua obsessão em arriscar vidas nas escolas ao propor o retorno das aulas sem que todos os profissionais da educação estejam vacinados e sem o controle da pandemia do coronavírus. Nos últimos dias, Bebel ressalta que a preocupação de cientistas e autoridades sanitárias responsáveis se volta para uma temida terceira onda da pandemia de covid 19, com o país se aproximando rapidamente para 500 mil mortes em função desta implacável da doença, enquanto que levantamento da Apeoesp registra 2652 casos da doença e 95 óbitos de professores desde o retorno das aulas presenciais, no início deste ano.
“A vacinação da população ainda está longe de um percentual que permita afirmar algum controle sobre a pandemia. A vacinação dos profissionais da educação ainda está na primeira dose. A média de óbitos diária segue em torno de duas mil em todo o Brasil, e o secretário da Educação mantém sua obsessão em arriscar a vida de professores, funcionários, estudantes e suas famílias, fingindo que não existe uma sentença judicial em vigor, que proíbe aulas e atividades presenciais na pandemia e ainda diz que não vincula vacinação ao retorno às aulas”, enfatiza.
A crítica da presidenta da Apeoesp é em função de o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, querer que sejam feitas mudanças para o próximo mês de agosto sobre as aulas presenciais, com mais alunos passando a frequentar as escolas, que atualmente é limitado a 35%, inclusive reduzindo de 1,5 metros para um metro o distanciamento dos alunos. No entanto, a deputada lembra que boa parte das escolas não tem salas com a ventilação necessária e não foram preparadas para a volta às aulas presenciais, conforme revela estudos realizados pela Apeoesp, Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apresentado em agosto do ano passado, revelando que 99% das unidades escolares não possuem enfermaria, consultório médico ou ambulatório, enquanto que 82% das escolas estaduais não têm mais de dois sanitários para uso dos estudantes, enquanto que 11% das escolas estaduais não têm pátio, 13% não têm quadra, ginásio ou campo de futebol e 79% não possuem vestiário.
Outro dado deste levantamento é que 48% das unidades escolares não têm sanitário acessível para pessoa com algum tipo de deficiência. Bebel ressalta que “esse levantamento colocou em números o que nós, professores, sabemos há muito tempo: a infraestrutura das escolas da rede estadual paulista é precária. Isso já era extremamente prejudicial para o processo pedagógico. Agora, com a pandemia, passou a ser perigoso”.