Organizado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), professores da rede pública estadual de São Paulo, respeitando os protocolos de segurança contra Covid-19, realizam paralisação e manifestação, nesta sexta (18), em defesa da vida, contra as aulas presenciais, pela valorização do magistério, contra o confisco dos aposentados e pensionistas, por concurso público e pro reajuste salarial. A paralisação terá concentração no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo, às 10 horas, seguida de caminhada até a Praça da República, aonde está a Secretaria Estadual da Educação.
A presidenta da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel (PT), diz que uma das reivindicações é pelo reajuste dos salários dos professores, que estão abaixo do piso nacional. “Os salários da categoria estão totalmente defasados. Não é possível que o estado mais rico da federação pague um salário-base abaixo do piso nacional. É necessário um reajuste de 29,25% para essa equiparação”, diz.
A manifestação também é contra o confisco salarial de aposentados e pensionistas. “O decreto estadual 65.021/20 aumentou a contribuição adicional de servidores inativos e pensionistas. Isso fez com que houvesse descontos de até R$ 800,00 em seus proventos. Um aposentado não pode ter esse valor confiscado mensalmente”, completa Bebel.
A presidenta da Apoesp diz que o governo estadual está com um superávit de 11 bilhões e tem condições de conceder reajuste salarial, fazer concurso para a contratação dos professores, uma vez que os 30 mil da categoria O correm o risco de serem demitidos, em função do contrato ser precário, e pôr fim ao confisco dos aposentados. “Por isso, convido a todos a participarem desta paralisação. Quem estiver no trabalho remoto também deve parar. Quem estiver indo cumprir as horas nas escolas também para. Vamos dar uma demonstração de forças. Vamos fazer uma caminhada simbólica, com máscara, álcool em gel. Vamos ter todos os cuidados. Escolas fechadas e teletrabalho desligados”, ressalta.
AULAS PRESENCIAIS
A presidenta da Apeoesp diz que que a antecipação da vacina para os profissionais da Educação foi uma grande vitória da categoria. Porém, ainda é insuficiente para se pensar em um retorno às aulas presenciais. “A vacinação dos profissionais da educação ainda está na primeira dose. A média de óbitos diária segue em torno de duas mil em todo o Brasil. E o secretário da Educação, Rossieli Soarese, mantém sua obsessão em arriscar a vida de professores, funcionários, estudantes e suas famílias, fingindo que não existe uma sentença judicial em vigor, que proíbe aulas e atividades presenciais na pandemia, e ainda diz que não vincula vacinação ao retorno às aulas”, relata Bebel.
Em função da pandemia do coronavírus, que já provocou a morte de 96 professores e com o registro de 2.673 casos de covid-19 na categoria, Bebel adverte que o governo estadual insiste em ignorar a sentença da juíza Simone Gomes Rodrigues, de 9 de março de 2021, pela proibição das aulas e atividades presenciais durante as fases laranja e vermelha do “Plano São Paulo” de flexibilização. “Em defesa da vida, vamos protestar contra o retorno às aulas presenciais de 100% dos estudantes, conforme pretende o governo estadual”, completa.
REALMENTE, O SÁLARIO DO PROFESSOR DO ESTADO DE SÃO PAULO ESTÁ MUITO DEFASADO E DESMOTIVADOR,
FORA AS PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E ESTRURURA DAS ESCOLAS PARA UM RETORNO AS AULAS.