Alvaro Vargas
Vivemos em uma sociedade bastante heterogênea, tanto no aspecto socioeconômico como moral. O simples fato de observarmos em predominânciaprogramas televisivos vulgares e violentos, músicas, em sua maioria, com qualidade duvidosa, demonstram a preferência da humanidade por essa categoria de entretenimento, comprovando o nosso atraso moral. Em nossa sociedade ainda predomina o egoísmo e a violência, sendo comum, por essa razão, desenvolvermos relacionamentos conflituosos. O Brasil apresenta um índice de 40.000 assassinatos por ano, ecom oitocentos mil presidiários, possuímos a terceira população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Embora a nossa nação seja considerada a mais fraterna, quando comparada com outras nações mais desenvolvidas, compreendemos ser necessário um longo processo educativoaté atingirmos um grau mais elevado de civilidade e honestidade.
Como espíritos eternos, reencarnamos no mundo material para evoluirmos, e esse processo é conduzido por cuidadosa programação, de modo a aproveitarmos ao máximo cada oportunidade que nos é oferecida. Mas não é uma experiência fácil. A Terra é um planeta de provas e expiações, no qual predomina a maldade. Enquanto dois terços das criaturas humanasse situam no estágio evolutivo entre a irracionalidade e a razão,o restante está em trânsito, da razão para a humanidade (Voltei, Irmão Jacó e Chico Xavier). Esse cenário se agravou no início do século passado, quando Jesus (nosso governador espiritual) permitiu a reencarnação de espíritos que estavam confinados há quase um milênio nas regiões trevosas do mundo espiritual, de modo a não dificultar amarcha evolutiva da sociedade. Essa permissão, foi um gesto de caridade. Jesus, concedeuuma oportunidadepara que esses espíritos se adequassem à convivência pacífica entre nós, ou fossem exilados para um mundo primitivo. Para nós, isso faz parte do processo evolutivo, servindo como catalisador no mecanismo de provas e expiações.
É certo, entretanto, que não estamos desamparados,pois,fomos alertados por Jesus: “não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14:18). Nossa evolução obedece às diretrizes estabelecidas por ele, e o nosso livre arbítrio relativonão altera os objetivos que foram estabelecidos para o progresso dahumanidade. Ele nos alertou sobre as dificuldades a serem enfrentadas: “Eu os estou enviando como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as pombas” (Mateus, 10:16). E, “se alguém quiser processar-te e tirar-te a túnica, deixa que leve também a capa” (Mateus, 5:40). Embora essas mensagens do Cristodevam ser analisadas em seu sentido espiritual, são elas bastante oportunas. Na realidade, necessitamosconhecer melhor os riscos existentes em nossa caminhada terrena, prestando maior atenção nas experiências vivenciadas. Quantos dissabores podem ser evitados, se na convivência diária com os nossos semelhantes, aprendermos a cultivar a humildade e o perdão? Conscientes de que em nosso planeta, a maioria dos indivíduos são almas em expiação, é fundamental interiorizarmos os postulados básicos do verdadeiro cristianismo (Espiritismo), como antídotos que nos protejam contra as influências e atitudes negativas daqueles que ainda se encontram à margem dos ensinamentos de Jesus.
Nada acontece por acaso. As almas enfermas que surgem em nosso caminho tirando a nossa paz,fazem parte de nosso aprendizado intelecto-moral.Aqueles que nos agridem injustamente, contraem débitosmorais,e necessitarão ser reeducadosconforme as leis divinas. Devemos aceitar as situações que não podemos modificar com fé e resignação,conscientes de que esse processo está relacionado com a dissipação das energias negativas que se encontravam em nossa alma, resultado das iniquidades cometidas em existências pregressas.Portanto, em qualquer situação, recordemos Jesus e fortaleçamos a nossa fé em Deus e em nós mesmos, para sermos exitosos em nossa experiência terrena.
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Alvaro Vargas, Eng. Agrônomo-Ph.D., presidente da USE-Piracicaba, palestrante e radialista espírita